Esse montante foi transferido entre 2005 e 2008 a seis empresas vinculadas a um mesmo grupo, cujo cabeça visível é Eduardo García Obregón, um gestor financeiro cujo único antecedente conhecido é o de uma fraude multimilionária cometida contra fundos de pensão em Tegucigalpa (Honduras) no final de 1998, denunciada pelo jornal El Periódico de Guatemala em dezembro de 2004.
O jornal paraguaio Última Hora afirma ter tido acesso a um relatório interno da CAJUBI no qual são detalhados os investimentos dessa entidade previdenciária sob a presidência de Victor Bogado Nuñez, sobrinho do ministro e atual presidente da Corte Suprema de Justiça do Paraguai Victor Manuel Nuñez e nomeado para o cargo pelo então diretor paraguaio de Itaipu e hoje senador do partido colorado, Victor Bernal. O relatório continha informações sobre os investimentos feitos pela CAJUBI no período entre junho de 2005 e novembro de 2008 em seis diferentes empresas, todas do Canadá.
O jornal La Nación informa que esses fatos foram denunciados por membros do Conselho de Administração (CA) daquela Caixa, e as perdas mencionadas são de 104 milhões de dólares. Para os conselheiros do CA da CAJUBI esse vínculo entre o presidente de então da Caixa e o ministro da Suprema Corte paraguaia poderia ser uma das razões pelas quais o processo de denúncia não avançou no Ministério Público do país. Outra razão para esse emperramento do processo seria o fato do presidente de então da CAJUBI ter sido nomeado por Victor Bernal, o atual senador colorado, que tem fortes influências no Poder Judiciário.
Essa história é mais um exemplo de como os paraguaios lidam com o dinheiro de Itaipu, até mesmo quando se trata da aposentadoria de empregados da binacional. Quem pesquisar detalhadamente os bastidores e entrelinhas da administração paraguaia de Itaipu poderá, quem sabe, encontrar outras histórias de gestão um tanto ou quanto heterodoxa da receita que o Paraguai usufrui de Itaipu. Quando se pensa que os paraguaios terão agora mais 320 milhões de dólares por ano dados de mão beijada pelo Brasil, por conta de uma safanagem montada por Lula, o Nosso Pinóquio Acrobata, e pelo Itamaraty, e aprovada por Dilma Rousseff, é fácil imaginar a excitação que isso acarretará no lado paraguaio da binacional.
Aposentados paraguaios de Itaipu protestam frente à casa de Victor Bogado Nuñez, contra o desvio de 104 milhões de dólares de sua Caixa de Aposentadoria supostamente investidos no Canadá (Foto: ABC Digital).
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