Para Pierre Jacquet, economista-chefe da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), "os países do G20 deviam comunicar-se entre si para evitar o pânico em caso de crise alimentar" -- Jacquet foi encarregado pelo presidente francês Nicolas Sarkozy de redigir, de hoje até setembro, um relatório sobre os novos instrumentos financeiros de segurança a serem criados para proteger os países pobres das altas dos preços agrícolas e dos eventos que afetem as colheitas. [A denominação "G20" é usada para designar as 20 maiores economias do planeta -- desse grupo fazem parte: África do Sul (pela África), Canadá, EUA e México (América do Norte), Argentina e Brasil (América do Sul), Arábia Saudita, China, Coréia do Sul, Índia, Indonésia, Japão, Rússia e Turquia (Ásia), Alemanha, França, Itália, Reino Unido e União Européia (Europa) e Austrália (Oceania)].
O ministro francês da Alimentação, da Agricultura e da Pesca, Bruno Le Maire, anunciou hoje que os ministros da agricultura do G20 reunidos em Paris chegaram a um acordo para combater a volatilidade dos preços agrícolas. Sublinhou ele que os avanços foram reais em uma grande quantidade de temas, nessa que foi a primeira vez em que se reuniram esses ministros do G20. Le Maire citou também o "Fórum de reação rápida", formado por altos responsáveis desse grupo e destinado a "agir rapidamente, a fim de prevenir ou atenuar as crises mundiais dos preços alimentares", segundo o texto adotado hoje. Um verdadeiro "Conselho de segurança agrícola", esse fórum deve em princípio evitar que ocorra novamente um movimento brusco e violento de preços do trigo como o do ano passado, quando a Rússia suspendeu unilateralmente suas exportações desse cereal por causa da seca, explicou Le Maire.
Os ministros do G20 decidiram aumentar a produção agrícola mundial, buscando por exemplo melhorar a produtividade do trigo, segundo a declaração final que emitiram. Quanto à transparência dos estoques agrícolas, objeto de desconfiança da Índia e da China, que consideram que isso envolve informações estratégicas, o G20 vai colocar em operação um sistema de informações sobre o mercado denominado AMIS. Esta base de dados visa a "encorajar" os países a "compartilhar seus dados e a melhorar os sistema de informação existentes, sem entretanto prever medidas coercitivas", explicou Jacques Diouf, diretor-geral da ONU para a agricultura e a alimentação.
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