Google pode estar entrando na fase decisiva de sua história, agora que os agentes reguladores americanos abriram uma investigação para verificar se a empresa tem abusado de seu domínio nas áreas de busca e propaganda na Internet para reprimir a concorrência. A investigação pela Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC, em inglês), confirmada pelo Google na sexta-feira, exige que a empresa convença os reguladores de que sua bem guardada receita para resultados nas pesquisas foi desenhada para dar as melhores recomenções às pessoas e não para esconder ou evitar links com seus competitores. A FTC está procedendo como os reguladores europeus. O Procurador-Geral do Texas também está de olho nas práticas comerciais do Google.
Se, por exemplo, alguém buscar um negócio local, o Google pode destacar sua própria lista, de um serviço chamado Google Places, em vez de indicar a da Yelp, um site popular de busca que é competidor do Google. Solicitações sobre endereços pode levá-lo ao Google Maps, e buscas sobre vídeos podem levá-lo ao YouTube, que é do Google. Ou então, se você digitar "mortgage" ("hipoteca") na caixa de busca do Google americano o anúncio no topo da lista fornecida pode ser o do Google Advisor, que lista as taxas de juros menores.
A investigação irá também verificar de perto a máquina financeira do Google: os links de propaganda ligados ao assunto de cada pedido de busca. Algumas dessas mensagens comerciais aparecem sombreadas com uma cor no topo da página de resultados, enquanto outras são colocadas em uma relação na coluna à direita. Mesmo tendo se expandido para as áreas de vídeos, celulares e televisão, o Google obtém a maior parte de sua receita das propagandas que pipocam ao longo dos resultados das buscas e em outros conteúdos da web -- a dinheirama que vem daí é esperada superar os 35 bilhões de dólares neste ano!
Alguns sites da web argumentam que o Google armou seu sistema de tal maneira que os preços da propaganda são aumentados, embora a empresa diga que esses valores são determinados por lances em um leilão. Outros dizem que o Google impede propositadamente que seus anúncios apareçam, porque os vê como ameaças de concorrência.
Os sites de busca da Microsoft e do Yahoo também, algumas vezes, fornecem seus próprios serviços nos resultados das buscas à semelhança do Google. A enorme diferença é que o Google processa cerca de dois terços de todos os pedidos de buscas nos EUA e maneja um volume ainda maior de propaganda. O Bing da Microsoft e o Yahoo, juntos, têm menos de 30% do mercado.
A investigação da FTC ameaça o Google do mesmo que um de seus maiores competidores, a Microsoft, foi ameaçada quando foi investigada pelo Departamento de Justiça dos EUA, em um processo que começou nos anos 1990 e se arrastou pela década seguinte. A acusação era de que a Microsoft usava seu dominante sistema operacional, o Windows, para aniquilar os concorrentes que faziam software.
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