Em sua sessão plenária de ontem o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por 6 a 3, pela soltura do italiano Cesare Battisti. Mais uma vez, tivemos uma sessão plenária da nossa Corte Suprema pouco condizente com um fórum dessa natureza, com trocas de farpas deselegantes entre ministros. Para leigos, como eu, fora o desprazer de presenciar embates verbais mais condizentes com um ambiente de bar do que com um de uma alta corte, ficou a muito desagradável sensação de que uma vez mais nossa Justiça agiu de modo capenga.
Duvido profundamente que esse italiano tivesse toda essa claque e esse fã-clube todo, fosse o governo de outro partido que não o PT -- nossa esquerda festiva deitou e rolou nesse caso, e conseguiu transformar um criminoso num quase-mártir da democracia, com o aval de juízes togados. Como ficou inequivocamente demonstrado ontem, pela primeira vez na nossa história republicana um presidente da República não seguiu a decisão do STF num processo de extradição (nem nos regimes militares isso aconteceu) -- e, bem no seu estilo de baixo padrão ético e democrático, Lula, o Nosso Pinóquio Acrobata (NPA), afrontou a decisão do STF e negou a extradição de Battisti exatamente no último dia de sua presença no cargo de presidente. Isto, para mim, foi e é claramente um deboche, um ato genuíno da pequenez ética, cívica e política do NPA.
Torço sinceramente para que a Itália leve o Brasil às barras do Tribunal de Haia, para que nosso país se explique porque decidiu acoitar um cidadão acusado de quatro crimes por um país com a tradição democrática da Itália. Lamento, e muito, que as famílias das quatro vítimas de Battisti não possam processar Lula, o NPA, por sua sandice demagógica e por sua irresponsabilidade. Vamos ter agora que aturar o sorriso cínico de um cara que tem todo o perfil, o currículo e os trejeitos de um marginal e de um pilantra, que agora vai curtir do bem-bom em nossa terra com a bênção de seis ministros da nossa suprema corte.
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