Entre os grandes poluidores do meio ambiente estão as garrafas de PET - Politereftalato de etileno, muito usadas por fabricantes de refrigerantes -- as garrafas produzidas com esse polímero podem permanecer na natureza por 800 anos. Numa tentativa de proteger o meio ambiente, a Pepsi e a Coca-Cola anunciaram a utilização de garrafas ecologicamente corretas, feitas à base de material extraído de plantas.
Primeiro vieram os comunicados de imprensa: em março a PepsiCo se vangloriou de utilizar a "Primeira garrafa PET do mundo feita a partir de Fonte Renovável, feita 100% de material à base de plantas", o que forçou a Coca-Cola a fazer anúncio semelhante. Depois vieram propagandas do tipo: "Garrafas da Pepsi: nada de plástico" (Christian Sciende Monitor), "Coca-Cola: fazendo garrafas de plástico reciclado e de subproduto de plantas" (Guardian). No entanto, apesar de todo esse alvoroço, essas garrafas da Pepsi e da Coca ainda têm muito plástico. As duas empresas simplesmente trocaram os combustíveis fósseis (petróleo e gás natural) tradicionalmente usados na fabricação de suas garrafas de plástico por etanol de fontes renováveis (resíduos de plantas no caso da Pepsi e cana-de-açúcar brasileira no caso da Coca). Embora tais componentes venham de fontes renováveis, de baixo teor de carbono, os plásticos deles resultantes são quimicamente idênticos ao PET e ao polietileno de alta densidade (HDPE, em inglês) de que são feitas as garrafas normais -- as duas empresas reconhecem este fato.
Uma vez que esses componentes se transformam em plásticos, acarretam o mesmo impacto ambiental que os plásticos feitos de combustíveis fósseis: não são biodegradáveis, poluem solos e oceanos, e ainda infiltam em nossa alimentação produtos químicos potencialmente danosos.
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