Segundo o coordenador da Frente do Vale do Javari, Fabricio Amorim, "a roça, bem como as malocas, são novas, datadas de no máximo um ano. O estado das palhas usadas na construção, e a plantação de milho indicam isso. Além do milho, havia banana e uma vegetação rasteira que parecia ser amendoim, entre outras culturas", explica. Até o momento da confirmação, a presença desses índios isolados era apenas uma referência "em estudo", segundo a Funai, pois havia relatos de sua existência, sem informações conclusivas sobre a exata localização e características da comunidade.
"Na Terra Indígena Vale do Javari há um complexo de povos isolados considerado como a maior concentração de grupos isolados na Amazônia e no mundo", avalia Amorim. "Entre as principais ameaças à integridade desses grupos estão a pesca ilegal, a caça, a exploração madeireira, o garimpo, atividades agropastoris com grandes desflorestamentos, ações missionárias e situações de fronteira, como o narcotráfico. Outra situação que requer cuidados é a exploração de petróleo no Peru, que pode refletir na Terra Indígena do Vale do Javari", afirma o pesquisador.
De acordo com a Funai, entre os anos 2006 e 2010, foram localizados mais de 90 indícios da ocupação territorial desses grupos, como roças, tapiris e malocas. Essas observações apontam para a existência de uma população de aproximadamente duas mil pessoas na Terra Indígena do Vale do Javari. A Funai reconhece a existência de 14 referências de índios isolados na região.
Maloca do novo grupo de índios isolados localizado pela FUNAI (Foto FUNAI divulgada pelo site da revista National Geographic).
Nenhum comentário:
Postar um comentário