Era a noite de 30 para 31 de maio de 1941: os alemães acabavam de esmagar o último reduto aliado em Creta, e Hitler disse em um discurso que "a Europa está livre". Manolis disse à Agência France Press (AFP): "queríamos provar-lhe (a Hitler) que a luta estava apenas começando".
"A Grécia conquistou sua liberdade, mas não a sua independência. Na escala da submissão, beiramos os 100% pois são os estrangeiros que decidem tudo", afirma categórico esse octogenário vibrante, fazendo referência à situação financeira atual do país, dependente da ajuda internacional. -- Consciente de que o acesso aos mercados financeiros se lhe tornou praticamente impossível, devido às incertezas sobre sua capacidade de honrar seus compromissos, a Grécia teve que recorrer ao socorro da União Europeia e do FMI que, em contrapartida, exigem medidas de austeridade contestadas nas ruas de Atenas.
Preso três vezes durante a ocupação alemã, Manolis escapou do pelotão de fuzilamento. "Um policial grego checou nossos documentos quando deixamos a Acrópole, mas jamais falou sobre isso", conta ele sem querer reforçar seu ato de bravura. Seu engajamento na resistência, mais sua militância comunista em regimes autoritários e militares lhe valeram duas condenações à morte e doze anos " em quase todas as prisões do país". Aos 88 anos, não perdeu nada de sua combatividade em defesa de suas convicções de extrema esquerda.
Em 5 de março de 2010, manifestantes conduzem Manolis Glezos (centro) ferido pela polícia antitumulto diante do Parlamento em Atenas (Foto Aris Messinis/AFP).
Manolis Glezos em uma reunião em Atenas, numa foto tirada entre 1959 e 1977 (Foto Str/AFP).
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