Segundo o relatório desse estudo, citado pelo jornal inglês The Guardian, a carne produzida in vitro reduziria em 96% a emissão de gases de efeito estufa resultante da criação ao vivo -- adicionalmente, sua produção exigiria entre 7 e 45% menos de energia que aquela demandada pela carne produzida de maneira convencional. Finalmente, a carne artificial não exigiria senão 1% das terras e 4% da água reservadas para o gado, sendo uma maneira eficaz de combater o desflorestamento, o uso exclusivo das terras e a alta rápida dos preços dos cereais, porque hoje, 70% das terras agrícolas são reservadas à criação de gado e à cultura de sua alimentação. E o consumo de carne não para de crescer -- em 25 anos, passou de 30 kg para 41,2 kg por habitante, segundo a FAO, órgão da ONU para a agricultura e a alimentação. E a FAO prevê ainda um aumento da produção mundial anual de 228 milhões para 463 milhões de toneladas de hoje até 2050, puxada pelo consumo de países emergentes como China e Índia.
De acordo com Hanna Tuomisto, pesquisadora que dirigiu o estudo da Universidade de Oxford, a cultura de células musculares está bem avançada e faltariam apenas financiamentos mais consistentes. Neste caso, as primeiras carnes artificiais poderiam ser introduzidas no mercado dentro de cinco anos, sob a forma de carpaccios. No entanto, faltariam ainda cinco anos adicionais antes de podermos ter "verdadeiros" pedaços de steaks produzidos in vitro pousados em nossos pratos.
Carne produzida artificialmente poderia minimizar as emissões associadas com a criação convencional do gado (Foto: Juan Mabromata/AFP/Getty Images).
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