Agora, fala-se até em contratar atiradores profissionais para caçar e matar cada um desses castores, talvez até com o uso de helicópteros. Mas, por que esse alvoroço com o Castor canadensis, um animal conhecido por ser extremamente arredio? Porque os 25 casais de castores que aqui foram introduzidos em 1946 por autoridades argentinas, para gerar um comércio de peles, agoram somam 200 mil, um verdadeiro exército que está roendo, cortando e congestionando florestas através desse congelado e remoto arquipélago conhecido como Terra do Fogo. E eles estão se deslocando para o norte, tendo nadado pelas águas turbulentas e congelantes do Estreito de Magalhães.
"Achamos que podem ocupar toda a Patagônia", diz Laura Malmierca, uma bióloga que trabalha no serviço de parques da Argentina. Obviamente, nada disso é culpa dos castores, que são engenheiros da natureza, animais lentos e determinados, instintivamente obcecados em construir barragens, canais e guaritas como proteção contra predadores e para facilmente transportar e armazenar comida. Exploradores americanos iam longe para pegar castores, cuja pele é apreciada para chapéus e suas glândulas são valorizadas pela medicina.
Sem predadores naturais -- como os ursos, lobos, carcajus, ou coiotes, como na América do Norte -- a população de castores explodiu na Argentina, espalhando-se para as ilhas menores.
Um castor. Turistas pagam para vê-lo.
Castores criaram uma paisagem de árvores mortas (Foto: BBC).
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