Ainda que disparidades regionais continuem gritantes, o Brasil ficou menos desigual na década passada. A divulgação dos dados do Censo Demográfico do IBGE esmiúça como o movimento afetou as cidades. Reportagem na Folha de S. Paulo de hoje mostra que investimentos regionais, Bolsa Família e salário mínimo explicam redução das disparidades na última década.
A comparação da renda média domiciliar per capita em 2000 e 2010 revela, por exemplo, que municípios do Nordeste tiveram os maiores ganhos na renda por pessoa, enquanto cidades paulistas lideram a lista das que menos avançaram na década. Considerando apenas os municípios com mais de 100 mil habitantes --os muito pequenos são mais sujeitos a variações--, entre os 50 que mais avançaram, metade são nordestinos e um paulista (Franco da Rocha).
É natural que municípios mais pobres tenham margem maior para avançar mais. No entanto, isso nem sempre ocorreu num país que se acostumou com a desigualdade. Nos anos 80, por exemplo, São Paulo viu a renda média de seus domicílios crescer 17%, enquanto o Maranhão avançou 7%. Na década passada, os domicílios paulistas registraram o menor crescimento entre todas as unidades da federação (apenas 3%), enquanto nos maranhenses a variação foi de 46%. "A década passada foi marcada por ampliação da política social e crescimento de qualidade, graças à maior dispersão dos investimentos sobre o território nacional, beneficiando áreas mais pobres", resume Lena Lavinas, da UFRJ.
No ranking publicado pela Folha (e só disponível para seus assinantes, ou para assinantes do UOL), me foi extremamente grato constatar que Niterói (onde tenho o prazer de viver) é a primeira cidade brasileira na lista das cidades brasileiras com maior renda domiciliar (R$ 2031,18), a segunda sendo Florianópolis com R$ 1905 -- as demais até o 10° lugar são Vitória (ES), Santana de Parnaíba (SP), São Caetano do Sul (SP), Porto Alegre (RS), Brasília, Balneário Camboriú (SC), Santos (SP) e Águas de S. Pedro (SP). O Rio de Janeiro só aparece em 13° lugar, Curitiba (PR) em 14°, São Paulo em 15° e Belo Horizonte (MG) em 16°. O trabalho da Folha de S. Paulo evidencia que o Brasil continua sendo um país desigual.
Fico feliz e orgulhosa com a notícia, porém era de se esperar que houvesse menos problemas sociais e de infraestrutura.
ResponderExcluirEsses são ainda, sem dúvida, gargalos sérios na vida do país, mas o avanço constatado pela Follha renova as nossas esperanças.
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