quinta-feira, 2 de junho de 2011

Os escândalos sexuais dos homens públicos franceses

Homens públicos franceses têm recentemente ocupado as manchetes em matéria de escândalos sexuais, justamente no país em que, na opinião da maioria de analistas e observadores, reina o costume de se fazer vista grossa ao que esses cidadãos fazem sexualmente dentro ou fora de quatro paredes. Um dos exemplos mais citados desse tipo de comportamento é o da filha que François Mitterand, ex-presidente francês, teve com uma amante, de que todo mundo tinha conhecimento na França, inclusive a imprensa, e cuja existência foi mantida fora das manchetes até seu aparecimento no enterro do pai.

Mais recentemente tivemos o escândalo de Dominique Strauss-Khan, o famoso DSK, ex-chefão do FMI preso nos EUA sob acusação de ter atacado sexualmente uma camareira de um hotel de luxo de N. Iorque. Logo em seguida, Georges Tron, prefeito da cidade de Draveil e secretário do governo Sarkozy, perdeu o cargo e responde a processo por ter sido acusado de assédio sexual por duas ex-funcionárias municipais daquela prefeitura. Nesta semana, o ex-ministro da Educação de Jacques Chirac (2002-2004), o filósofo Luc Ferry, em um programa de televisão denunciou um ex-ministro (cujo nome não declarou) por pedofilia, afirmando que ele teria sido apanhado "em uma orgia com garotos em Marrakesh". Por causa disto, foi aberta uma investigação preliminar pelo Ministério Público de Paris, que deverá ouvir Ferry em audiência ainda sem data marcada para que ele dê informações mais detalhadas sobre a denúncia que abalou os meios políticos franceses.

Ontem, 01/6, Ferry confirmou "ter ouvido esse fato de mais altas autoridades do Estado", pessoas "confiáveis", mas se mostrou mais comedido afirmando não ter sido "testemunha do ocorrido" e de não ter "nenhuma prova" a respeito. Segundo ele, o fato ocorreu em "uma época bem anterior aos anos 2002". Ao mesmo tempo, duas ONGs marroquinas de proteção à infância resolveram apresentar queixas contra o ministro "X", ainda desconhecido, solicitando esclarecimentos. O chanceler francês, Alain Juppé, foi duro contra Ferry: "Quando se tem convicção de um delito, inclusive de um crime, recorre-se à justiça em vez de simplesmente proferir maledicências na imprensa".
O ex-ministro da Educação e filósofo Luc Ferry, em 10 de outubro de 2010 na redação do jornal "Le Monde" (Miguel Medina/AFP).
O chanceler francês Alain Juppé na Assembléia Nacional em 31 de maio de 2011 (Bertrand Langlois/AFP).

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