Laboratórios virtuais e projetos da Embrapa no exterior -- clique na imagem para ampliá-la -- (Fonte: Embrapa).
Eis que, sem mais nem menos (pelo menos para o grande público), surge a notícia da demissão de seu presidente. O texto abaixo é da autoria de João Bosco Rabello e foi publicado no dia 29 no blogue "Política" do jornal O Estado de S. Paulo. O que estiver entre colchetes e em itálico é de minha responsabilidade.]
O Diário Oficial deverá trazer nesta segunda-feira portaria com a demissão 
do presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), 
Pedro Arraes, decidida na sexta-feira [ele foi nomeado por Lula, o Nosso Pinóquio Acrobata, em julho de 2009].  A publicação é o desfecho de uma longa e silenciosa crise, cujo enredo 
interno vai além das críticas e diagnósticos divulgadas em artigos – a 
maioria deles no jornal O Estado de S.Paulo, alertando para a falta de rumo da empresa. 
A falta de resposta da empresa a essas críticas pode ser interpretada 
como uma forma de manter sob controle a informação essencial: 
pesquisadores, cientistas e técnicos passaram a exercer forte oposição à
 gestão de Arraes, considerada por eles responsável pela perda gradual 
da capacidade da Embrapa de acompanhar o desenvolvimento tecnológico 
aplicado aos produtos em seu universo de atuação.
Inchada  – a empresa gasta de 70 a 80% de seu orçamento com a folha de 
pagamentos [mais um exemplo de estatal com inchaço de pessoal em governo petista] – perdeu importância na agenda empresarial brasileira. O 
empresário nacional busca as soluções inovadoras no exterior. A 
negligência com a obtenção de patentes e a omissão no programa de 
melhoramento de sementes são outras acusações à gestão agora encerrada, 
com números expressivos:  60% das sementes de soja, 70% de milho e 80% 
de algodão, são de programas de melhoramento genético privados. 
Sobram acusações de censura a manifestações de pesquisadores 
inconformados com o isolamento a que se dizem submetidos em razão da 
crítica à perda da visão estratégica. O processo gerencial, segundo os 
críticos de Arraes, é pouco oxigenado pela falta de renovação de pessoas
 e métodos, enfraquecendo a empresa diante dos desafios de um cenário 
globalizado e altamente competitivo.  Alguns departamentos estratégicos da empresa foram submetidos a comandos
 burocráticos e outros, como o de Administração Financeira, estão sob o 
mesmo comando há mais de uma década.
Outra crítica remete à nova estrutura para gestões de projetos 
internacionais de cooperação, com recursos do Banco Mundial, entre 
outras instituições. O Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento, que 
centraliza os programas e projetos da Embrapa, não participa diretamente
 da coordenação e desconhece até o total de recursos captado. 
Por fim, uma das críticas mais contundentes é à coordenação de programas
 de pesquisa da Embrapa ser feita no exterior. Os sites das plataformas 
da empresa têm sua logomarca e a do governo federal, mas estão 
hospedados num servidor em Los Angeles.
Ministério da Agricultura aceita pedido de exoneração apresentado pelo presidente da Embrapa
Datado de 30/9, o Ministério da Agricultura  emitiu o seguinte comunicado:
"O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento informa que o 
ministro Mendes Ribeiro Filho aceitou o pedido de exoneração apresentado
 pelo presidente da Embrapa, Pedro Antônio Arraes Pereira. O nome do 
substituto será comunicado dentro dos próximos dias. Responderá 
interinamente pela Empresa, a diretora de Administração e Finanças, 
Vania Beatriz Rodrigues Castiglioni". 

 
 
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