A FAB (Força Aérea Brasileira) usou pela primeira vez aviões não tripulados na vigilância da fronteira com a Bolívia.
Os militares usaram duas unidades do Veículo Aéreo Não Tripulado (Vant), de fabricação israelense,
em uma operação de treinamento conjunta realizada com a Polícia
Rodoviária Federal ontem, quarta-feira, nas imediações da cidade de
Cáceres, em Mato Grosso.
As imagens feitas pelos Vants permitiram a polícia interceptar um
veículo suspeito que tentou fugir de uma reserva montada pelo Exército
em uma estrada, segundo um comunicado da FAB.
O exercício ocorreu no marco da "Operação Ágata VI", que mobilizou rumo
às fronteiras com o Peru e a Bolívia cerca de 7.500 soldados para
reforçar as operações contra o narcotráfico e o contrabando.
Os Vants têm uma autonomia de voo de 16 horas e podem filmar imagens em
alta resolução de dia e de noite de uma altitude de 5.500 metros.
Da "Operação Ágata 6" participam soldados do Exército, da Marinha e da
Aeronáutica, que contam com apoio de caças-bombardeiros, helicópteros de
combate, lanchas de patrulha e blindados.
As tropas foram deslocadas ao longo dos 4.216 quilômetros de fronteiras
amazônicas com o Peru e a Bolívia e calcula-se que permanecerão ali
durante duas semanas. Durante a
Operação Ágata 6, a Força Aérea Brasileira levou dois Vants para Cáceres (MT), a 70 km da divisa entre os países, de onde podem
cumprir missões em prol das Forças Armadas, dos órgãos de segurança
pública e organizações como Ibama e Receita Federal. Com os Vants é
possível fiscalizar, por exemplo, áreas onde há suspeitas de crimes
ambientais, narcotráfico e garimpo ilegal.
Designados
RQ-450, os VANT que estão em Cáceres podem permanecer no ar por até 16
horas para fazer filmagens em alta resolução tanto de dia quanto de
noite, e transmitir tudo ao vivo. "Por ser uma plataforma que leva um
sensor que produz dados, essa informação pode ser distribuída a quem for
necessário. Entre Ministérios, há um uma coordenação, e essa informação
pode fluir", explica o Tenente-Coronel Donald Gramkow, Comandante do
Esquadrão Hórus, primeira unidade militar do Brasil a utilizar esse tipo
de aeronave. "Podemos
visualizar e tomar decisões ao mesmo tempo", complementa o Brigadeiro
Maximo Ballatore Holland, que comanda as Ações da FAB durante a Ágata 6.
No caso do voo de treinamento com a PRF, o veículo suspeito foi
acompanhado antes, durante e depois da chegada de um helicóptero com os
policiais e os militares.
Uma das
medidas já adotadas no Esquadrão Hórus foi a definição de que somente
aviadores podem ter o controle dessas aeronaves. Apesar de não levar
tripulantes a bordo, o RQ-450 é comandado por uma dupla de militares que
permanecem em uma cabine de controle no solo. Por este motivo, a Força
Aérea designa o avião-robô como uma Aeronave Remotamente Pilotada (ARP).
De fato, um mouse substitui o manche, mas o controle permanece nas mãos
de oficiais com experiência de voo, conhecimento das áreas de operação e
familiaridade com as regras de controle do espaço aéreo. É estreita a
coordenação da unidade aérea operadora dos ARP com os órgãos de
controle, subordinados ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo
(DECEA), o que garante a segurança dos voos.
[Em janeiro de 2011 fiz postagem sobre o uso dos Vants para proteger as fronteiras da Amazônia.]
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