segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Eleições 2012

Apesar de eleições ainda indefinidas, com destaque para São Paulo, já dá para vislumbrar alguns resultados e tendências. A primeira grande e fundamental constatação é que a democracia vai se consolidando no país, apesar de algumas cores bizarras -- sempre em São Paulo -- e das abstenções. Ver uma senhora de 101 anos chegar sozinha para votar no Espírito Santo, usando um andador, é de lavar a alma.

Num universo de mais de 138,5 milhões de eleitores, 22.735.725 milhões de pessoas  não compareceram aos postos eleitorais para votar neste primeiro turno, o que corresponde a 16,41% de abstenções em todo o País, afirma o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).  Em comparação com as últimas eleições para prefeito e vereadores, de 2008, houve aumento nas ausências de todo o País. Na última ocasião, o Tribunal computou 18.721.420 faltas, ou seja, 14,53% do total. No Estado de São Paulo o número de pessoas que não votou também subiu. O índice teve aumento de mais de 3 pontos percentuais.

Dos 4.719.607 eleitores habilitados na cidade do Rio de Janeiro, mais de 965 mil - o equivalente a 20,45% do total - se abstiveram de votar no primeiro turno deste domingo. O número é maior que a quantidade de pessoas que votaram no candidato do PSOL, Marcelo Freixo, que ficou em segundo lugar na disputa  com o prefeito reeleito Eduardo Paes (PMDB). Freixo obteve 914.082 votos no pleito.  Os eleitores que votaram branco ou nulo também foram significativos e somaram 507.323 votos. O índice é maior que a votação feita pelos candidatos Rodrigo Maia (DEM), que teve 95.328 votos, Otávio Leite (PSDB), com 80.059, e Aspásia Camargo (PV), que conquistou 41.314 eleitores.

Sintomaticamente, o Estado onde houve maior número de abstenções é o Maranhão, no nordeste do País. O índice é de 19,62%, ou seja, 894.407 pessoas que não votaram -- eleitorado do Estado é de 4.558.855. A conclusão para mim é óbvia: votar para quê e porquê, se o clã Sarney é sempre vencedor?!

Na análise do colunista José Roberto de Toledo (O Estado de S. Paulo), o grande vencedor das eleições 2012 é o PSB, comandado pelo governador de Pernambuco Eduardo Campos. O partido elegeu 120 prefeitos a mais do que em 2008 e teve o maior ganho entre as siglas. O PSB cresceu não apenas no Nordeste mas também em Minas Gerais, trazendo o foco do partido para o Sudeste. Com isso, Eduardo Campos se fortalece para as eleições em 2014, pois à uma forte correlação entre o número de prefeitos eleitos e de deputados. A bancada deve crescer.

O PSD, do Gilberto Kassab, está saindo grande da eleição. Apesar de não ter disputado as eleições de 2008, sai da disputa com 500 prefeituras e como o quarto maior partido, atrás de PMDB, PSDB e PT [como teria dito Pero Vaz de Caminha, no Brasil em se plantando, tudo dá -- até, e principalmente, partido político ...].

O PT elegeu 612 prefeitos contra 550 em 2008. Disputa 21 segundo turnos, contra 15 em 2008.

Perde em 2012 o PMDB, que tinha 1093 prefeituras em 2008 e agora elegeu 1005 candidatos.

O PSDB elegeu 787 prefeitos contra 683 prefeitos em 2008. Disputa 16 segundo turnos contra 10 em 2008. Apesar de disputar a prefeitura de São Paulo, o partido teve grandes perdas no Ceará.

Os partidos nanicos cresceram de forma geral, o que mostra uma dispersão maior pelo País.

[Voltemos à cidade de São Paulo. O eleitor paulista continua imprevisível, e em geral para pior. Embora se redimindo em parte, mandando Russomano para seu devido lugar, manteve o espírito ridículo de 1959 -- quanto elegeu como vereador o rinoceronte Cacareco com 100 mil votos -- e levou para o segundo turno um outro paquiderme, Fernando Haddad, que além de ter sido um péssimo ministro da Educação, tem como criador e padrinho Lula, o Nosso Pinóquio Acrobata (NPA) ou seja, une o inútil ao desagradável e amoral. Serra, comprovadamente, é outro estofo superior como currículo, mas é insuportável, uma mala sem alça. Seria tão melhor se S. Paulo tivesse mais juízo!...]

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