Apesar de eleições ainda indefinidas, com destaque para São Paulo, já dá para vislumbrar alguns resultados e tendências. A primeira grande e fundamental constatação é que a democracia vai se consolidando no país, apesar de algumas cores bizarras -- sempre em São Paulo -- e das abstenções. Ver uma senhora de 101 anos chegar sozinha para votar no Espírito Santo, usando um andador, é de lavar a alma.
Num universo de mais de 138,5 milhões de eleitores, 22.735.725 milhões de pessoas não compareceram aos postos eleitorais para votar neste primeiro turno, o que corresponde a 16,41% de abstenções em todo o País, afirma o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em comparação com as últimas eleições para prefeito e vereadores, de
2008, houve aumento nas ausências de todo o País. Na última ocasião, o
Tribunal computou 18.721.420 faltas, ou seja, 14,53% do total. No Estado
de São Paulo o número de pessoas que não votou também subiu. O
índice teve aumento de mais de 3 pontos percentuais.
Dos 4.719.607 eleitores habilitados na cidade do Rio de Janeiro, mais de 965 mil - o equivalente a 20,45% do total -
se abstiveram de votar no primeiro turno deste domingo. O número é maior
que a quantidade de pessoas que votaram no candidato do PSOL, Marcelo
Freixo, que ficou em segundo lugar na disputa com o prefeito reeleito Eduardo Paes (PMDB). Freixo obteve 914.082 votos no pleito. Os eleitores que votaram branco ou nulo também foram significativos e
somaram 507.323 votos. O índice é maior que a votação feita pelos
candidatos Rodrigo Maia (DEM), que teve 95.328 votos, Otávio Leite
(PSDB), com 80.059, e Aspásia Camargo (PV), que conquistou 41.314 eleitores.
Sintomaticamente, o Estado onde houve maior número de abstenções é o Maranhão, no nordeste
do País. O índice é de 19,62%, ou seja, 894.407 pessoas que não
votaram -- eleitorado do Estado é de 4.558.855. A conclusão para mim é óbvia: votar para quê e porquê, se o clã Sarney é sempre vencedor?!
Na análise do colunista
José Roberto de Toledo (O Estado de S. Paulo), o grande vencedor das eleições 2012 é o PSB, comandado pelo governador de Pernambuco Eduardo
Campos. O partido elegeu 120 prefeitos a mais do que em 2008 e teve o
maior ganho entre as siglas. O PSB cresceu não apenas no Nordeste mas
também em Minas Gerais, trazendo o foco do partido para o Sudeste. Com
isso, Eduardo Campos se fortalece para as eleições em 2014, pois à uma
forte correlação entre o número de prefeitos eleitos e de deputados. A
bancada deve crescer.
O PSD, do Gilberto Kassab, está saindo grande da eleição. Apesar de não
ter disputado as eleições de 2008, sai da disputa com 500 prefeituras e
como o quarto maior partido, atrás de PMDB, PSDB e PT [como teria dito Pero Vaz de Caminha, no Brasil em se plantando, tudo dá -- até, e principalmente, partido político ...].
O PT elegeu 612 prefeitos contra 550 em 2008. Disputa 21 segundo turnos, contra 15 em 2008.
Perde em 2012 o PMDB, que tinha 1093 prefeituras em 2008 e agora elegeu 1005 candidatos.
O PSDB elegeu 787 prefeitos contra 683 prefeitos em 2008. Disputa 16
segundo turnos contra 10 em 2008. Apesar de disputar a prefeitura de São
Paulo, o partido teve grandes perdas no Ceará.
Os partidos nanicos cresceram de forma geral, o que mostra uma dispersão maior pelo País.
[Voltemos à cidade de São Paulo. O eleitor paulista continua imprevisível, e em geral para pior. Embora se redimindo em parte, mandando Russomano para seu devido lugar, manteve o espírito ridículo de 1959 -- quanto elegeu como vereador o rinoceronte Cacareco com 100 mil votos -- e levou para o segundo turno um outro paquiderme, Fernando Haddad, que além de ter sido um péssimo ministro da Educação, tem como criador e padrinho Lula, o Nosso Pinóquio Acrobata (NPA) ou seja, une o inútil ao desagradável e amoral. Serra, comprovadamente, é outro estofo superior como currículo, mas é insuportável, uma mala sem alça. Seria tão melhor se S. Paulo tivesse mais juízo!...]
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