terça-feira, 2 de outubro de 2012

China deve se tornar maior fornecedor de produtos para o Brasil este ano

A China deve fechar o ano como o principal fornecedor de produtos para o Brasil, posto até então ocupado pelos Estados Unidos.

De janeiro a setembro, o país importou US$ 25 bilhões em produtos chineses, 3,9% a mais do que o ano anterior, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).  "O maior destaque é a China. Mantendo este padrão até o fim do ano, podemos fechar 2012 com a China sendo não apenas o principal destino de nossas exportações, mas também a principal origem das importações brasileiras", diz Tatiana Lacerda Prazeres, secretária de Comércio Exterior.  [Nosso comércio com a China apresenta dois grandes problemas: i) lhe exportamos essencialmente commodities (minério de ferro, soja e petróleo) e não conseguimos diversificar nossa pauta de exportações para os chineses; - ii) importamos dos chineses produtos com maior valor agregado -- ver dados do Conselho Empresarial Brasil - China --  e estamos nos tornando perigosamente dependentes da China em nosso comércio externo.]

O aumento das importações provenientes da China é acompanhado pela redução das compras de produtos americanos. No acumulado do ano, a importação de produtos dos EUA somou US$ 24 bilhões, 4% a menos do que no mesmo período do ano passado. A China é, desde 2009, o principal destino das exportações brasileiras. Este ano, apesar da queda de 3,8% no volume total exportado para o país, os chineses aumentaram sua participação na pauta de exportação brasileira e hoje já respondem por 17,9% do total. O crescimento da fatia chinesa se deve ao fraco resultado das exportações brasileiras em 2012 em relação ao ano passado.

Até setembro, o Brasil exportou US$180,6 bilhões, 5% a menos do que em 2011, principalmente por conta da baixa demanda por produtos brasileiros de países da Europa e da Argentina. Com isso, no acumulado do ano, o saldo da balança comercial, a diferença entre as exportações e as importações feitas pelo país, ficou positivo em US$ 15,7 bilhões, porém 32% abaixo do registrado no mesmo período do ano passado.

O governo havia abandonado, no início do mês passado, a meta de crescimento das exportações, que previa alta de 3% em 2012, diante da piora do cenário internacional.  O resultado de setembro, no entanto, animou o governo e a expectativa é que o país feche o ano com um volume de exportação próximo ao de 2011.  "Pode haver uma pequena queda, mas ficaremos no mesmo patamar que no ano passado. Historicamente, nos últimos meses do ano há uma tendência de estabilidade e temos visto melhora nas exportações", explicou Tatiana Prazeres.

Durante o mês de setembro, o país exportou US$1,053 bilhão por dia, nível alcançado apenas em maio.  O desempenho, segundo a secretária, pode ser explicado pelo fim da greve dos funcionários da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e pelo retorno de parte das atividades da Receita Federal, que vinham afetando o fluxo de mercadorias no país.

O resultado das exportações brasileiras vem sendo impactado, em grande parte, pela queda no preço e na demanda do minério de ferro.  Até setembro, as exportações do produto caíram 25,4%. "A perda de receita com exportações este ano foi de US$ 6,7 bilhões apenas por conta do preço do minério de ferro", afirmou Tatiana Prazeres.

Nenhum comentário:

Postar um comentário