A China deve fechar o ano como o principal fornecedor de produtos para o Brasil, posto até então ocupado pelos Estados Unidos.
De janeiro a setembro, o país importou US$ 25 bilhões em produtos
chineses, 3,9% a mais do que o ano anterior, segundo dados do Ministério
do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
"O maior destaque é a China. Mantendo este padrão até o fim do ano,
podemos fechar 2012 com a China sendo não apenas o principal destino de
nossas exportações, mas também a principal origem das importações
brasileiras", diz Tatiana Lacerda Prazeres, secretária de Comércio
Exterior. [Nosso comércio com a China apresenta dois grandes problemas: i) lhe exportamos essencialmente commodities (minério de ferro, soja e petróleo) e não conseguimos diversificar nossa pauta de exportações para os chineses; - ii) importamos dos chineses produtos com maior valor agregado -- ver dados do Conselho Empresarial Brasil - China -- e estamos nos tornando perigosamente dependentes da China em nosso comércio externo.]
O aumento das importações provenientes da China é acompanhado pela
redução das compras de produtos americanos. No acumulado do ano, a
importação de produtos dos EUA somou US$ 24 bilhões, 4% a menos do que
no mesmo período do ano passado. A China é, desde 2009, o principal destino das exportações brasileiras.
Este ano, apesar da queda de 3,8% no volume total exportado para o país,
os chineses aumentaram sua participação na pauta de exportação
brasileira e hoje já respondem por 17,9% do total.
O crescimento da fatia chinesa se deve ao fraco resultado das exportações brasileiras em 2012 em relação ao ano passado.
Até setembro, o Brasil exportou US$180,6 bilhões, 5% a menos do que em
2011, principalmente por conta da baixa demanda por produtos brasileiros
de países da Europa e da Argentina. Com isso, no acumulado do ano, o saldo da balança comercial, a diferença
entre as exportações e as importações feitas pelo país, ficou positivo
em US$ 15,7 bilhões, porém 32% abaixo do registrado no mesmo período do
ano passado.
O governo havia abandonado, no início do mês passado, a meta de
crescimento das exportações, que previa alta de 3% em 2012, diante da
piora do cenário internacional.
O resultado de setembro, no entanto, animou o governo e a expectativa é
que o país feche o ano com um volume de exportação próximo ao de 2011. "Pode haver uma pequena queda, mas ficaremos no mesmo patamar que no ano
passado. Historicamente, nos últimos meses do ano há uma tendência de
estabilidade e temos visto melhora nas exportações", explicou Tatiana
Prazeres.
Durante o mês de setembro, o país exportou US$1,053 bilhão por dia, nível alcançado apenas em maio.
O desempenho, segundo a secretária, pode ser explicado pelo fim da greve
dos funcionários da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e pelo
retorno de parte das atividades da Receita Federal, que vinham afetando o
fluxo de mercadorias no país.
O resultado das exportações brasileiras vem sendo impactado, em grande
parte, pela queda no preço e na demanda do minério de ferro.
Até setembro, as exportações do produto caíram 25,4%. "A perda de
receita com exportações este ano foi de US$ 6,7 bilhões apenas por conta
do preço do minério de ferro", afirmou Tatiana Prazeres.
Nenhum comentário:
Postar um comentário