sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Lewandowski pode ser acusado de atentado ao pudor, por se desnudar no Supremo

Na sua patética e bizarra defesa de José Dirceu ontem no Supremo o ministro Ricardo Lewandowski resolveu jogar às favas quaisquer pruridos e disfarces, rasgou a fantasia togada, se desnudou de vez  e partiu para a peça de coroação de sua indisfarçável missão de inocentar os altos dirigentes petistas envolvidos na tramóia do mensalão, José Dirceu e José Genoíno. Embora ruim de palco, de fala e de cena, Lewandowski teve a enorme coragem -- reconheça-se -- e o despautério de afirmar perante seus pares, a plateia e o país que José Dirceu é um injustiçado, que nada prova sua culpa no mensalão.

Lewandowski abraçou definitivamente a tese escapista e hipócrita de que o mensalão foi um evento delubiocêntrico -- Delubio Soares, tal como a Terra do período pré-Copérnico, foi o planeta central do sistema Mensalão e José Dirceu (o Sol da corrupção) simplesmente circulava em sua órbita. Essa teoria não é gratuita -- além de inocentar José Dirceu, ela teria o condão de, por ilação (palavra cultuada por Lewandowski), inocentar também Lula (o Nosso Pinóquio Acrobata - NPA) de qualquer acusação futura nesse imbróglio.

Louvem-se o enorme exercício verbal e o admirável controle emocional de Gilmar Mendes, Celso de Mello e Marco Aurélio Mello em não chamar Lewandowski explícita e escancaradamente de apedeuta em Direito, em suas intervenções logo em seguida à sua mais recente crise de verborragia. Mas, mesmo para pagãos em Direito como eu, ficou patente que nas entrelinhas Lewandowski foi reconhecido e taxado de idiota.

Resta saber se, em obediência aos mais comezinhos princípios de respeito ao pudor e de proteção às famílias, alguém tomará alguma medida pelo fato de Lewandowski ter se despido completamente em plena sessão plenária do STF.

2 comentários:

  1. No texto da postagem me esqueci, injusta e infelizmente, de mencionar o presidente do Supremo, Ayres Britto, como outro ministro que ontem contestou Lewandowski e reforçou a convicção de que o saber jurídico do revisor tem a profundidade de um fio de cabelo.

    Vasco S. da Costa

    ResponderExcluir
  2. Assiti bastante interessado a fala do rábula em quetão, na íntegra, para avaliar a que ponto mínimo pode-se chegar por livre e expontânea vontade (ou a mando). Em meio ao calor da sua toga, a sua sinapse encontrava-se visivelmente avariada. Nem a sua verborragia gongórica, nem as falsas mesuras com seus pares foram suficientemente convincentes para ludibriar a inteligência de um povo inteiro.
    Na próxima semana, cabe ao seu petiz par continuar com o enxovalho. Palhaços que fossem, seriam vaiados em festa infantil.
    Amauri Menezes

    ResponderExcluir