Mais um ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) votou a favor da condenação da Souza Cruz pelo uso de funcionários na degustação de
cigarros. Os integrantes da Subseção 1 Especializada em Dissídios
Individuais (SDI-1) voltaram ontem a analisar um pedido de danos morais
contra a companhia no valor de R$ 1 milhão.
Por meio de ação civil pública, o Ministério Público do Trabalho do Rio
de Janeiro (MPT-RJ) quer que a Justiça proíba o chamado "painel de
avaliação sensorial". O julgamento foi retomado com o voto-vista da
ministra Delaíde Miranda Arantes, que seguiu o relator do caso, Augusto
César Leite de Carvalho. Para ele, a atividade iria contra a saúde e a
vida do trabalhador. A análise do caso, porém, foi novamente
interrompida. Desta vez, pelo presidente do TST, João Oreste Dalazen.
Foram proferidos cinco votos de um total de 14. Três deles defendem a
condenação da Souza Cruz e a interrupção da degustação de cigarros.
Apenas o ministro Ives Gandra Martins Filho votou de forma totalmente
contrária ao relator, por entender que o Judiciário não poderia vedar
uma atividade lícita.
A decisão do TST, segundo advogados trabalhistas, terá impacto sobre as
indústrias de bebidas, alimentos e cosméticos, que colocam empregados
para experimentar e fazer o controle de qualidade de seus produtos. Por
meio de nota, a Souza Cruz informou que a participação no "painel de
avaliação sensorial" é voluntária e apenas fumantes habituais, maiores
de 20 anos podem exercer a função.
[A notícia acima é muito estranha, porque em 2008 a Souza Cruz já teria sido proibida pela Justiça a realizar esse tal de "painel de avaliação sensorial", conforme notícia da Agência Brasil à época: Uma decisão judicial ajuizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT)
proibiu que a empresa Souza Cruz, fabricante de cigarros, mantivesse a
atividade de degustação de fumo, realizada com funcionários da própria
companhia. A Souza Cruz, que tem sua matriz no Rio de Janeiro, mantinha
um local chamado de Painel de Avaliação Sensorial, voltado para a
experimentação e avaliação de cigarros. Segundo o Ministério Público, a
proibição deve entrar em vigor terça-feira (22). Características como
gosto, aroma, e acidez eram avaliadas.Trabalhadores de todas as áreas da
empresa eram chamados a participar da degustação, e recebiam incentivos
salariais, caso aceitassem a proposta. De acordo com o MPT, executivos
da área de produção e desenvolvimento da Souza Cruz eram obrigados a
participar do ´painel e não recebiam nenhum abono extra pela função.Além
da proibição de continuar com a atividade, a Souza Cruz foi condenada a
pagar R$ 1milhão por danos morais coletivos ao Fundo de Amparo ao
Trabalhador (FAT). A empresa também foi obrigada a prestar assistência
médica durante 30 anos a todos os funcionários que participaram da
atividade de degustação.]
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