[Nada escapa e se salva da política burra do governo de Cristina Kirchner.]
A única marca forte de vinho argentino no mercado mundial, o Malbec, está ameaçada. A equação entre insumos, mão de obra, importação de bens e
vendas internas e externas se desequilibrou. Os executivos concordam
que o câmbio e a inflação corroem a competitividade. Os exportadores
enfrentam um momento difícil, mas a indústria de vinho já mostra sinais
de estrangulamento.
"Com 25% de inflação nos últimos quatro anos e câmbio fixo, qualquer
projeto de negócios perde a margem de lucro. Os que têm margem alta
aguentam, mas outros cortam postos de trabalho e produção", comenta o
empresário espanhol José Manuel Ortega Fournier, dono da vinícola
O.Founier, instalada no Valle de Uco, uma das principais áreas
produtoras do país, na província de Mendoza.
A câmara dos exportadores locais, Bodegas Argentinas, afirma que não há
registro demissões em massa, mas segundo fontes do setor, os casos de
dificuldades se multiplicam. Há cerca de duas semanas, a vinícola
Salentein fechou sua unidade de frutas em Tunuyán e demitiu os 146
empregados. A vinícola La Celia, do grupo chileno San Pedro, demitiu 30
trabalhadores, enquanto La Faraón está envolvida em um conflito
trabalhista com empregados que acusam a empresa de interromper a
produção.
Bom vizinho. O analista e consultor José Luis Espert observa que os
vinhos mais caros e sofisticados estão sendo substituídos por similares
baratos, vendidos a granel. Espert afirma que é chamativa a decisão,
cada vez mais frequente, de empresas que optam por transferir parte de
suas estruturas para o Chile. Mendoza faz fronteira com o país vizinho,
onde os controles do governo de Cristina Kirchner podem ser driblados. Muitas vinícolas exportam a granel o vinho produzido na Argentina para
ser engarrafado no Chile e, posteriormente, exportado a outros mercados.
As empresas fogem da alta dos salários e da energia e dos impostos
altos, afirma Espert.
Os empresários reclamam das restrições ao dólar e às importações. As
empresas não podem redistribuir seus lucros e nem realizar remessas ao
exterior. Também são impedidas de importar peças e máquinas. "Todo mundo
depende da autorização de Moreno, que não entende coisas básicas como o
fato de a indústria nacional não produzir a maioria das máquinas e
peças que usamos na fabricação de vinhos", reclama o gerente de produção
de uma das vinícolas.
Com a restrição das importações, os empresários ficam à mercê de
apenas dois fabricantes nacionais de garrafas e dois de embalagens de
papelão. "São poucos fornecedores nacionais para o tamanho da indústria e
a importação é praticamente nula, somente permitem importar algumas
rolhas", comenta o gerente.
A primeira empresa a transferir uma parte de suas operações comerciais
para solo chileno foi a Trivento, da holding Concha y Toro, em junho. A
razão foi matemática pura: o Chile é 20% mais competitivo que a
Argentina.
Nenhum comentário:
Postar um comentário