Resumo do capítulo da semana da novela "Trilha Brasil" -- porque não dá para chamar de "Avenida" -- protagonizado por Dilma Rousseff, Anac e Infraero.
Cenário 1: Aeroporto de Viracopos, na região de Campinas, SP de sábado 13 até segunda-feira 15 de outubro. Maior aeroporto de carga do país, alternativa de pouso importante para eventuais emergências em Guarulhos e Congonhas, e centro de operações da terceira maior empresa aérea do país (a Azul) -- com toda essa responsabilidade, Viracopos tem e sempre teve apena uma pista para pousos e decolagens.
Cenário 2: avião cargueiro americano aterrisa com pane em uma turbina no sábado 13 e interdita o aeroporto, que não dispõe de equipamento para esse tipo de emergência, o chamado recovery kit. Num país de 8,5 milhões de km² de área territorial, estimados 194 milhões de habitantes e distâncias continentais, nenhum dos aeroportos existentes -- todos estatais, por enquanto -- possui esse kit, e apenas uma empresa aérea (a TAM) o possui.
Cenário 3: o palco (Viracopos) se enche de baratas tontas, portando crachás da Infraero e da Anac (Agência Nacional da Aviação Civil). Dª Dilma sofre mais uma crise de irritação ( o irritômetro presidencial do Palácio do Planalto quebrou, por fadiga) e manda a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, cobrar da Anac providências para reabertura do aeroporto. Há tanta porta arrombada na administração pública federal, que está cada vez mais difícil encontrar fechadura de segurança para minimizar os malfeitos. Só na empresa aérea Azul, entre 13 e 15 mil passageiros foram prejudicados com o cancelamento de pousos e decolagens. Segunda pista em Viracopos? Obras só começarão no segundo semestre de 2014, com operação iniciando em 2017 -- claro, pra quê ter pressa, se ela é inimiga da perfeição?...
Cenário final: as baratas tontas da Anac e da Infraero estão paralizadas, catatônicas, fitando as câmeras com olhos vidrados, enquanto centenas de passageiros tentam linchá-las. Funcionários das empresas aéreas sobem nos balcões, para fugir das baratas tontas e dos passageiros enfurecidos. O fundo do cenário fica todo verde, manchado pelo derrame de bílis de Dª Dilma. No canto inferior direito da tela, discreto e sério, aparece Gilberto Carvalho, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, segurando um cartaz que diz: "O Culpado é o ministro Joaquim Barbosa". A câmera dá um zoom até a imagem ficar borrada, e assim termina o capítulo da semana.
Aguardem o próximo pesadelo, digo, capítulo.
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