domingo, 18 de março de 2012

Produzir no Brasil custa mais que nos EUA

Está mais barato produzir bens industriais nos Estados Unidos do que no Brasil. A afirmação parece um contrassenso, mas se tornou realidade. A crise provocou uma reviravolta na estrutura de custos das empresas, encarecendo uma nação emergente como o Brasil e tornando os EUA um país de baixo custo.

"As empresas relatam que hoje existem condições mais favoráveis para a produção industrial nos Estados Unidos do que no Brasil", conta Gabriel Rico, CEO da Câmara Americana de Comércio (Amcham-Brasil), que reúne as multinacionais americanas instaladas no País. 

O câmbio é o principal vilão por causa do enfraquecimento do dólar, especialmente diante do real, mas não é o único. Levantamento da MB Associados, feito a pedido do Estado, aponta que despesas importantes, como energia e mão de obra, subiram muito mais no Brasil do que nos Estados Unidos. [Nesses dois insumos, o grande responsável é o Estado, com sua absurda e suicida ganância fiscal, onerando o custo Brasil.]

Nos últimos cinco anos, o custo do trabalho em dólar na indústria aumentou 46% no Brasil e apenas 3,6% nos Estados Unidos. Segundo Aluizio Byrro, presidente do conselho da Nokia Siemens na América Latina, a mão de obra no Brasil está entre as mais caras do mundo. "Um gerente de nível médio chega a ganhar 20% menos nos EUA do que aqui". No Brasil, os encargos trabalhistas são pesados e a variação cambial encareceu os salários em reais. Além disso, o crescimento da economia e a baixa escolaridade da população provocou uma forte escassez de mão de obra qualificada. [Novamente, o Estado absurdamente ganancioso na tributação, e irresponsavelmente omisso na educação.]

Nos Estados Unidos, trabalhadores não têm direitos como décimo terceiro salário ou licença-maternidade. Com a crise, as empresas ganharam poder de barganha e conseguiram até redução de salários.  "No setor automotivo americano, por exemplo, tudo foi repensado para salvar empresas que estavam à beira da falência", diz Marcelo Cioffi, sócio da consultoria PwC. "Já o Brasil é um dos países mais onerosos do mundo para produzir carros. Não só pelo câmbio, mas também pela falta de escala, excesso de impostos, mão de obra e matéria-prima mais caras". [OK, nossa carga fiscal é gigantesca, mas não pode ser tão ruim produzir carros no Brasil como esse cidadão quer fazer crer, caso contrário não teríamos tantas montadoras instaladas e se instalando no país. Debaixo desse angu tem caroço.]

De acordo com Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, além da logística ruim e da carga tributária, o setor industrial brasileiro sofreu com a inflação mais alta que nos EUA, o que encareceu os custos em geral. "Nos EUA, a crise foi essencial para a tornar a indústria mais competitiva, porque provocou demissões em massa e reduziu os custos, aumentando a produtividade", diz Vale. Nos últimos cinco anos, a produtividade industrial americana avançou 9%, ante apenas 1,1% no Brasil. [Essa questão da competitividade é um velho e reincidente problema da nossa indústria, e também o Estado descumpre seu papel por absoluta falta de uma agenda governamental para o nosso setor industrial. Se isto já era verdade no governo Lula (o Nosso Pinóquio Acrobata), tornou-se a tônica do governo Dilma até agora.]

Déficit. A balança comercial entre os dois países já reflete a mudança na competitividade. Em 2005, o Brasil tinha um superávit de US$ 9,9 bilhões com os americanos. No ano passado, esse resultado foi revertido em um déficit de US$ 8 bilhões. [Sem comentários. Se, além disso, a China reduzir drasticamente suas importações de nossas commodities, e/ou os preços destas baixarem significativamente, nossa vaca vai p'ro brejo. E ainda há gente que quer um Estado maior no Brasil!]

Um comentário:

  1. Amigo VASCO:

    E ainda se fala no conteúdo nacional na futura tecnologia 4G!!
    O melhor que temos a fazer é aprender MANDARIM!!!!

    Abraços - LEVY

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