O discurso do peemedebista fez menção várias vezes à expressão usada por Dilma na sua entrevista à edição desta semana da revista Veja. Ela disse não gostar “desse negócio de toma-lá-dá-cá”. “Não gosto e não vou deixar que isso aconteça no meu governo”, afirmou Dilma. [Vamos torcer para que ela consiga isso, mas não vai ser nada fácil.]
Embora nem na pergunta nem na resposta tenha havido uma referência direta a Henrique Alves ou mesmo ao PMDB, o líder do partido na Câmara respondeu a Dilma da tribuna: “Essa carapuça eu não assumo, eu não aceito. Não é toma lá dá cá, é respeito de cá e de lá”, disparou o peemedebista. Para ele, a cobrança na liberação de emendas é um direito dos deputados. Integrantes da base reclamam que aproximadamente R$ 1 bilhão está bloqueado pelo Ministério do Planejamento. São emendas referentes a dezembro do ano passado. “Emenda é direito nosso. O Orçamento era para ser impositivo há muito tempo”, disse.
No discurso, Henrique Eduardo Alves citou projetos aprovados na Câmara com apoio do PMDB, como a prorrogação da Desvinculação das Receitas da União (DRU), a política para o salário mínimo e a discussão do projeto que criou um novo sistema. Foi uma forma encontrada pelo peemedebista para dizer que faz parte do governo Dilma. Por isso, tem legitimidade para pedir e cobrar a liberação de emendas e nomeação para cargos.
"Sócios da gestão"
“A questão dos cargos eu não aguento mais responder, como se fosse um absurdo. Nós queremos ser sócios da gestão. Isso é legítimo entre os deputados que ganharam a eleição”, afirmou. O peemedebista, aplaudido algumas vezes pelos colegas em plenário, disse que, se depender dele, vai buscar a reeleição de Dilma pelo “que este governo está fazendo”. “Não foi o toma-lá-dá-cá que me colocou aqui. São 11 mandatos. Eu não preciso dessa autodefesa porque meu estado me conhece”, discursou.
Henrique Alves rechaçou a afirmação de que existe toma-lá-dá-cá na relação entre o governo e o Congresso - (Foto: Fabio Pozzebom/Câmara).
Amigo VASCO:
ResponderExcluirEm minha opinião, o que está faltando é uma maior definição dos papéis politicos do executivo e do legislativo (assim mesmo, em minúsculas).
Se um senador ou um deputado quiser assumir um cargo no executivo (continua minúsculo) que abra mão do seu cargo no legislativo (ainda minúsculo).
Duvido que tais senhores aprovem ualquer coisa nesse sentido que, em tese, daria mais independencia entre os poderes.
Abraços - LEVY