O mais recente de uma série de comunicados provocativos de líderes iranianos foi feito pelo comandante das forças armadas do Irã, Gen. Ataollah Salehi, que pareceu ameaçar um porta-aviões americano que navegava fora das águas do Golfo Pérsico na semana passada. "Avisamos a esse navio, que é considerado uma ameaça para nós, para que não volte, e não repetimos nossas palavras duas vezes", disse Salehi, de acordo com a Agência de Notícias dos Estudantes Iranianos.
O governo Obama ignorou a ameaça, mas o tom crescentemente belicoso -- associado com novas sanções econômicas contra o Irã esperadas para entrar em vigor nas semanas vindouras -- fez o preço do petróleo subir mais de 4% em um dia de notícias econômicas animadoras. Mercados do ouro fecharam em seu nível mais alto em 10 semanas.
Além da guerra verbal, o Irã em uma semana testou novos mísseis, gabou-se de avanços em tecnologia nuclear, e jurou fechar o Estreito de Ormuz ao tráfego marítimo em retaliação às sanções ocidentais ao seu programa nuclear.
Autoridades americanas atribuem a linguagem dura e desagradável da terça-feira à crescente frustração do Irã com sua vacilante economia, que dizem estar sofrendo o efeito de várias rodadas de sanções ocidentais adotadas contra o país nos últimos três anos. A moeda iraniana, o rial, desvalorizou-se a valores sem precedentes em relação dólar na terça-feira, forçando o Banco Central do país a inundar o mercado local com dólares. Cambistas vêm descarregando rials em antecipação a sanções ainda mais duras, incluindo medidas assinadas por Obama no sábado visando o próprio banco central iraniano. Além disso, espera-se que a União Europeia aprove novas sanções em sua reunião de 30 de janeiro, incluindo restrições à importação da principal commodity de exportação do Irã, o petróleo. [O país tem as segundas maiores reservas mundiais de gás natural, e é o terceiro em reservas de petróleo].
O navio visado pelos ataques verbais do Irã é o porta-aviões USS John C. Stennis, que comporta cerca de 85 aviões de combate, fora outros armamentos. Esse navio, baseado perto do Bahrein, partiu para o Golfo Pérsico com seu grupo de combate na semana passada antecipando-se aos exercícios militares de 10 dias do Irã. Autoridades americanas e analistas militares consideram a ameaça um blefe, ressaltando a reputação iraniana de ameaças retóricas vazias. Um porta-voz do Pentágono disse que a Marinha continuaria a posicionar seus navios no Golfo "como tem feito há décadas".
Navios de guerra iranianos participam de um desfile naval no último dia dos exercícios militares Velayat-90, na terça-feira, no Mar de Omã, perto do Estreito de Ormuz. O comandante militar iraniano avisou a um porta-aviões americano para não retornar ao Golfo Pérsico - (Foto: Reuters).
O porta-aviões americano USS John C. Stennis - (Foto: Marinha americana).
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