quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

México : 12 mil pessoas assassinadas pelo tráfico de drogas em 2011

Cerca de 12.000 pessoas foram assassinadas no México no surto de violência do tráfico de drogas do ano passado, de acordo com cálculos sombrios publicados na segunda-feira pelos principais veículos de mídia do país. Os índices anuais de assassinatos de mulheres, tortura, e decapitações também aumentaram. [Para se ter uma ideia comparativa entre a violência no México e a registrada no Brasil, basta assinalar que só em 2010 ocorreram 49.932 homicídios em nosso país, num universo de 190 milhões de habitantes (contra 112 milhões no México) !]

Mais de 50.000 pessoas foram mortas durante a confrontação militar -- apoiada pelos EUA -- do governo de Felipe Calderón contra o crime organizado e o tráfico de drogas, que começou em 2006.  O governo de Calderón, depois de prometer atualizar as cifras regularmente, não informou sua própria contagem de mortes, talvez porque a linha de tendência desse registro não seja boa. Um porta-voz do governo disse que novos números serão liberados mais tarde, neste mês. O partido governante enfrentará eleições nesse verão, nas quais o principal partido da oposição ameaça retomar a presidência do país.

O diário Reforma, um dos mais respeitados jornais independentes do país, informou que houve 12. 359 assassinatos relacionados a drogas em 2011, um aumento de 6,3% em relação ao ano anterior. Em 2007 essa cifra foi de 2.275 mortes, disse o Reforma.

Na contagem do Reforma, o número de corpos com sinais de tortura subiu para 1.079. Decapitações chegaram quase a 600, em comparação com 389 do ano anterior. O jornal identificou também que cresceu o número de mulheres vitimadas pelo tráfico, com mais de 900 assassinadas no ano passado.

O jornal não aponta o número de jovens ou crianças mortos, mas cada vez mais crianças têm sido apanhadas por fogo cruzado ou intencionalmente visadas, numa assustadora mensagem de que nada para as gangues de drogas.

Uma das poucas notícias alentadoras é que a taxa de homicídios parece ter caído em cerca de um terço no centro manufatureiro fronteiriço de Ciudad Juarez, que já foi apelidada de Cidade do Assassinato. A Baixa Califórnia e Tijuana também tiveram queda de homicídios. No entanto, a violência espalhou-se pelo México. Os Estados limítrofes com o Texas -- Chiuhauha, Cohahuilla, Nuevo León, Tamaulipas -- são os mais violentos. Mas, novas zonas de conflito, como a antes despreocupada Veracruz, na costa do golfo, estão agora envolvidas numa onda de assassinatos.

Cerca de 12.000 morreram na espiral de violência no México no ano passado - (Foto: The Washington Post).

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