Março de 2013: chuvas torrenciais arrasam Petrópolis, destruindo casas, desalojando 1.500 habitantes e matando 33 pessoas, repetindo exatamente a tragédia de dois anos antes, em 2011. Nesses dois anos, praticamente nada do prometido para eliminar ou minimizar nova catástrofe foi feito nas escalas federal, estadual e municipal. Apesar disso, a terna e sempre sorridente presidente Dilma (PT), o governador do Estado e parisiense honorário Sérgio Cabral (PMDB), o prefeito de Petrópolis Rubens Bomtempo (PSB -- que sobrenome!) e o ministro da Integração Nacional Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE, por sinal seu terceiro partido) tiveram a extrema hipocrisia de comparecer, em Petrópolis, a uma missa de sétimo dia pelas vítimas da tragédia petropolitana.
Missa de sétimo dia pelas vítimas da tragédia de Petrópolis. No primeiro banco, da esquerda para a direita: mulher não identificada (talvez a ministra-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Helena Chagas), o prefeito de Petrópolis Rubens Bomtempo, o governador e cidadão parisiense honorário Sérgio Cabral, a supersimpática presidente Dilma Rousseff e o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra - (Foto: Agência Estado).
Janeiro de 2013: na madrugada do dia 27 de janeiro deste ano um incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS), matou 241 pessoas e feriu 123. Foram constatadas inúmeras irregularidades que impediam que a boate fosse autorizada a funcionar e estivesse funcionando na noite da tragédia. Prefeito: Cezar Augusto Schirmer (PMDB-RS).
Analisando as três tragédias, vemos os seguintes pontos em comum entre elas: - i) a negligência, o descaso, a indiferença e a irresponsabilidade das diversas autoridades nelas envolvidas no cumprimento de suas responsabilidades constitucionais de zelar pela segurança e pela vida dos cidadãos, para impedir a ocorrência dessas tragédias; - ii) todas as autoridades envolvidas são de partidos da coalizão governamental de Dona Dilma, o que para mim passa de simples coincidência -- isso prova que não adianta ser amigo do rei, se o monarca e seus vassalos são todos da mesma laia irresponsável.
A única e honrosa exceção foi Santa Maria, no Rio Grande do Sul, onde a Justiça indiciou todos os considerados responsáveis pelo morticínio, incluindo o prefeito e o Corpo de Bombeiros. Permanecem sem resposta as seguintes perguntas: - Por que Eduardo Paes, Sérgio Cabral e Dilma (ambos reincidentes, no caso de Petrópolis) e o prefeito de Petrópolis continuam flanando e dizendo sandices, sem sentir o peso da Lei?! Onde estão os Ministérios Públicos estaduais e municipais das localidades envolvidas que não se mexem para enquadrar essa súcia de irresponsáveis?! Por que a Justiça de Petrópolis, da cidade e do Estado do Rio de Janeiro, e de Brasília (Planalto) não é a mesma que a de de Santa Maria, como manda a Constituição?! O que têm de diferente os habitantes de Santa Maria em relação a cariocas e petropolitanos, que lhes possibilita ter da Justiça um tratamento diferenciadamente melhor do que cariocas e petropolitanos: a ascendência europeia de vários habitantes, o que implica maior e melhor consciência de seus direitos, ou a melhor situação social das vítimas? Ou ambas as coisas? Ambas as hipóteses são repelentes e não merecem sequer ser admitidas.
As três tragédias são 5: acrescento o terreno indecente que a CSN cedeu para construção e o descaramento de que foi alvo o pessoal do Morro do Bumba (Niterói), cujas novas moradias já foram inundadas. Para tanta tragédia, pôde-se contar com a soberba do faraó Dudu Maluco e as suas pirâmides, com o cinismo do Sr Sérgio Cabral e seu passeios pelo Sena, e com a herança maldita do NPA. Se isso ainda for pouco, assistam o jornal das 20 horas.
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