Banco de horas, jornada diferenciada de trabalho para as categorias de
empregados domésticos, redução do tempo de descanso e definição do que
será a justa causa na relação de trabalho doméstico. Esses são alguns
pontos que o senador Romero Jucá (PMDB-RR), relator da regulamentação da
Emenda Constitucional que ampliou os direitos dos empregados
domésticos, vai propor em seu relatório, que apresentará na próxima
semana.
A Justiça do Trabalho deu aval à proposta do banco de horas, sinalizando
que não dará ganho de causa a domésticos que entrem com ações
trabalhistas contra seus patrões a partir desse mecanismo. Com o banco, a
ideia é criar um crédito de horas a partir do tempo que se trabalhou a
mais ou a menos em algum dia.
Esse ponto da proposta flexibiliza um dos itens mais polêmicos da PEC
das domésticas: a jornada de trabalho diária de oito horas. Se em um dia
o empregado trabalhar menos que isso, pode compensar em algum outro.
Com a flexibilização, busca-se amenizar uma das preocupações do
empregador: o excesso de gastos com pagamento de horas extras.
Jucá vai recomendar, ainda, que se crie um contrato padrão para firmar a
relação empregador e empregado. "A ideia é ter regras básicas e regras
peculiares, ou seja, como se fosse um acordo coletivo e tenhamos
entendimentos individualizados sobre horário de almoço, dormida no
emprego, questões peculiares ao entendimento de cada área de trabalho e a
cada relação doméstica de patrão e empregado".
Justa causa. Embora admita ser difícil configurar a
demissão por justa causa na relação de emprego doméstico, Romero Jucá
vai definir as situações que poderão levar a isso. "O que é justa causa?
É queimar o arroz, uma roupa que está sendo passada? Não podemos criar
um ônus demasiado para isso sob pena de desequilibrar a relação de
emprego doméstico e criar demanda judicial que vai dar prejuízo para o
emprego." Ele não descreveu, contudo, o que vai considerar como justa
causa.
Outra proposta que estará no relatório de Jucá é a adoção de jornada de
trabalho diferenciada para as diferentes categorias que a emenda
abrange: caseiro, cuidador, babá, motorista e doméstica. Ele vai
sugerir, ainda, a redução no período de descanso que a PEC fixa, que
prevê duas horas de almoço para os empregados domésticos. Segundo Jucá,
isso também já tem o apoio da Justiça do Trabalho.
A diminuição da multa do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) é
defendida por Jucá desde que ele assumiu a relatoria da regulamentação.
Hoje, a legislação prevê 40% para demissões sem justa causa. A proposta
dele, desde o início, é diminuir esse porcentual para 10%, mas ainda
não há consenso no governo.
Tramitação. O senador vai encaminhar suas propostas a outros 11
parlamentares que integram a Comissão Mista das Leis, que vai tratar de
pontos da Constituição que precisam ser regulamentados, no início da
próxima semana. A intenção dele é recolher sugestões de todos os
deputados e senadores até quarta-feira e consolidar tudo em um Projeto
de Lei, que apresentará na próxima quinta-feira, dia 25 de abril.
Na Comissão, o relator pretende finalizar as votações até 1.º de maio,
dia do Trabalhador. Depois disso, a proposta segue para a Câmara dos
Deputados, onde passa pela Comissão de Constituição e Justiça e pelo
Plenário, quando volta ao Senado, e segue o mesmo rito - CCJ e votação
em plenário. Em seguida, vai a sanção presidencial. Não se sabe,
contudo, quanto tempo todo esse processo deve demorar.
Vai demorar, e muito! E vai botar o Romero para fazer alguma coisa que (não) preste. Cada casa tem as suas peculiaridades de funcionamento, com agravantes em alguns pontos e alívios em outros. Contar com o bom senso do congresso para harmonizar tais situações, é desejar demais. Desculpem se ouso indagar: Não seria melhor cuidar das simplificações tributárias e largar os detalhes para acordos extrajudiciais entre patrões e empregados, que discutiriam seus detalhes específicos e levariam os interesses a um ponto comum? Falta pouco para aparecer um aplicativo a ser baixado para celulares, que darão as dicas de como resolver todas as cizânias dessa PEC. Não estou muito confiante no Romero, nem no planalto e nem no aplicativo para a plataforma Androide ou Java (que acabei de inventar na galhofa).
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