terça-feira, 2 de abril de 2013

Glivec (medicamento contra leucemia): na Índia o governo quebra a patente em benefício da população, no Brasil o governo subsidia o medicamento

[Se alguém tinha ainda alguma dúvida quanto à força do lobby da indústria farmacêutica internacional no Brasil certamente não a tem mais, com a notícia de hoje no Globo sobre o comportamento do governo da terna Dona Dilma em relação ao uso do medicamento Glivec, da Novartis. Indicado no tratamento de Leucemia Mielóide Crônica (LMC), o Glivec é caríssimo, podendo chegar no Brasil a R$ 12.565,00 a caixa com 30 comprimidos (na dosagem de 400 mg).

No caso do Glivec, a sempre sorridente Dona Dilma mostrou que só joga duro e pesado contra adversários merrecas do país, na hora de endurecer com uma empresa farmacêutica multinacional ela refuga. No mesmíssimo dia em que a Suprema Corte da Índia rejeitou o apelo da Novartis AG pela proteção da patente do Glivec, mostrando independência e coragem, o Ministério da Saúde da nossa supersimpática ex-guerrilheira faz acordo com o laboratório e começa a distribuir, através do SUS, esse remédio a preços subsidiados. A frouxidão da seletivamente "durona" Dona Dilma vai nos custar caro. No caso do Glivec 400 mg, o comprimido sai por R$ 419,00 na caixa a R$ 12.565,00 e a R$ 333,33 na caixa a R$ 10.000 -- o governo irá distribuí-lo a R$ 82,40, subsidiando o laboratório em pelo menos R$ 251,00 por comprimido com dinheiro do contribuinte. Reproduzo a seguir a notícia de hoje do Globo.]

No mesmo dia em que a Suprema Corte da Índia rejeitou o apelo da Novartis AG pela proteção da patente de seu medicamento de combate ao câncer Glivec, no Brasil o Ministério da Saúde começa, através do SUS,a distribuir o medicamento na rede pública a preços subsidiados.

Indicado para o tratamento de Leucemia Mielóide Crônica (LMC), o Glivec, fabricado no Brasil pelo laboratório Novartis, é consumido por cerca de 7,7 mil pessoas no País. O medicamento é apresentado em versões de 100mg e 400mg e nas farmácias e drogarias chega a custar cerca de R$ 10 mil a caixa com 30 comprimidos na versão de 400mg.

Pelo acordo firmado entre o governo e o laboratório, o preço de cada comprimido do medicamento nas dosagens de 100mg e 400mg ficou, respectivamente, em R$ 20,60 e R$ 82,40, o que representa um custo de R$ 618 e R$ 2.472 por caixa com 30 comprimidos. Em média, os hospitais pagam R$ 42,50 e R$ 170 pelas dosagens de 100mg e 400mg.
Na Índia, a decisão da Suprema Corte estabeleceu um precedente legal que não traz bom agouro para companhias estrangeiras com disputas de propriedade intelectual em curso no país, entre elas a Pfizer e a Roche, dizem analistas. Entre os maiores beneficiários da decisão desta segunda-feira estão as indianas Cipla e Natco Pharma, que já vendem versões genéricas do Glivec na Índia a um décimo do custo do remédio com marca. Mas de 16 mil pacientes usam o Glivec na Índia, a grande maioria dos quais recebem o remédio de graça, disse a Novartis. Em contraste, o Glivec genérico é usado por mais de 300 mil pacientes, de acordo com relatórios da indústria.

[Mesmo com o precedente precioso da Suprema Corte indiana, o governo Dilma foi frouxo com a Novartis. Os juízes indianos não se deixaram levar pela malandragem da empresa farmacêutica e recusaram a concessão de nova patente para o Glivec, alegando tratar-se de medicamento já em uso. Alexandre Padilha (PT-SP), o ministro da Saúde que foi o vetor do governo para esse conchavo com a Novartis, é o novo poste-candidato do NPA (Nosso Pinóquio Acrobata, Lula) para o governo de S. Paulo. Não carece de qualquer esforço mental a constatação de quão valiosa será a Novartis para a campanha eleitoral do Dr. Padilha.]



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