Um novo partido, Alternativa para a Alemanha, pode conseguir cadeiras no
Parlamento com sua
plataforma de retirar o país da zona do euro,
segundo uma pesquisa publicada neste sábado. Segundo o jornal “Welt am
Sonntag”, 7% dos eleitores consultados disseram que “certamente” votarão
na sigla, enquanto 17% disseram que “provavelmente” optarão por ela. A eleição ocorre em setembro e, para ter representação no Parlamento, um
partido precisa de, no mínimo, 5% dos votos. Entre os eleitores, 59%
descartam apoiar o Alternativa para a Alemanha.
A pesquisa mostrou que os receios em relação à crise da dívida na zona
do euro podem ter papel importante na eleição. Muitos alemães temem que
países em dificuldade como Grécia, Irlanda, Portugal e Chipre não paguem
os bilhões de euros emprestados pelo governo alemão em pacotes de ajuda
internacional, e o tema é constante no debate público nacional.
Economistas também advertiram que empréstimos do Banco Central Europeu
(BCE) para bancos de países em dificuldade podem estar em risco.
As ressalvas ampliam a pressão sobre a premiê Angela Merkel, para que
ela adote uma posição dura nas negociações com os parceiros da zona do
euro. Ao mesmo tempo, protestos na Grécia e no Chipre atacam as
exigências alemãs de medidas de austeridade, tendo Merkel como alvo
constante.
Imagem da premiê alemã, Angela Merkel, é alvo de protesto em Nicósia, capital do Chipre - (Foto: Valor Econômico).
O Alternativa para a Alemanha foi fundado há algumas semanas por um
grupo de eminentes professores universitários e empresários. O partido
deseja que a zona do euro seja dissolvida, ou ao menos que a união
monetária seja menor.
A pesquisa do jornal alemão não é referente a todos os partidos, mas
apenas questiona se os eleitores pretendem ou não votar na nova sigla.
[O jornal berlinense Die Welt (O Mundo) traz hoje em primeira página a manchete "Quem quer o marco alemão, arrisca dividir a Europa". Nos subtítulos, o periódico diz que especialistas em pesquisas de opinião acreditam que esse novo partido anti-Europa pode ter um sucesso surpreendente. Contra isso, os partidos já existentes alertam contra o populismo e afirmam que um retorno ao marco alemão colocaria também em risco a Europa.
O surgimento de um movimento organizado dessa natureza, dentro da Alemanha, contra o euro pode, de repente, tornar-se um rastilho de pólvora contra a União Europeia -- pelo menos nos termos em que ela está constituída hoje. Seria uma amarga ironia e uma reversão política histórica que a mesma Alemanha responsável de enorme peso pela má-formação da União Europeia possa vir a ser, algum dia, seu coveiro.]
Amigo VASCO:
ResponderExcluirAcho que já manifestei minha opinião sobre essa questão da moeda única europeia em outras oportunidades. E sempre foi contrária à existência de algo desse tipo.
É impossível criar uma moeda única sem que o governo seja único.
Cada país tem sua estrutura de produção, custos, impostos, etc.,
que determina o valor de sua moeda.
Qualquer que seja a regra de conversibilidade, sempre vai ficar algo
que não será coberto, quebrando a desejável conversibilidade.
Muitos acharam que o dólar poderia sr uma moeda única, universal, mas só quem emite dólares são os EUA.
E o fizeram fortemente depois da Segunda Guerra, com o Plano Marshall, emitindo dólares sem lastro para 'auxiliar' os países europeus, com a proibição de gasto desses dólares nos EUA.
Não dá para acreditar em moeda única, mesmo na União Europeia.
Aliás, será que é mesmo um a 'união'?
Abraços - LEVY