sábado, 6 de abril de 2013

Novo partido contrário ao euro pode chegar ao Parlamento na Alemanha

Um novo partido, Alternativa para a Alemanha, pode conseguir cadeiras no Parlamento com sua plataforma de retirar o país da zona do euro, segundo uma pesquisa publicada neste sábado. Segundo o jornal “Welt am Sonntag”, 7% dos eleitores consultados disseram que “certamente” votarão na sigla, enquanto 17% disseram que “provavelmente” optarão por ela.  A eleição ocorre em setembro e, para ter representação no Parlamento, um partido precisa de, no mínimo, 5% dos votos. Entre os eleitores, 59% descartam apoiar o Alternativa para a Alemanha.

A pesquisa mostrou que os receios em relação à crise da dívida na zona do euro podem ter papel importante na eleição. Muitos alemães temem que países em dificuldade como Grécia, Irlanda, Portugal e Chipre não paguem os bilhões de euros emprestados pelo governo alemão em pacotes de ajuda internacional, e o tema é constante no debate público nacional. Economistas também advertiram que empréstimos do Banco Central Europeu (BCE) para bancos de países em dificuldade podem estar em risco.

As ressalvas ampliam a pressão sobre a premiê Angela Merkel, para que ela adote uma posição dura nas negociações com os parceiros da zona do euro. Ao mesmo tempo, protestos na Grécia e no Chipre atacam as exigências alemãs de medidas de austeridade, tendo Merkel como alvo constante.

Imagem da premiê alemã, Angela Merkel, é alvo de protesto em Nicósia, capital do Chipre - (Foto: Valor Econômico).

O Alternativa para a Alemanha foi fundado há algumas semanas por um grupo de eminentes professores universitários e empresários. O partido deseja que a zona do euro seja dissolvida, ou ao menos que a união monetária seja menor.

A pesquisa do jornal alemão não é referente a todos os partidos, mas apenas questiona se os eleitores pretendem ou não votar na nova sigla.

[O jornal berlinense Die Welt (O Mundo) traz hoje em primeira página a manchete "Quem quer o marco alemão, arrisca dividir a Europa". Nos subtítulos, o periódico diz que especialistas em pesquisas de opinião acreditam que esse novo partido anti-Europa pode ter um sucesso surpreendente.  Contra isso, os partidos já existentes alertam contra o populismo e afirmam que um retorno ao marco alemão colocaria também em risco a Europa.

O surgimento de um movimento organizado dessa natureza, dentro da Alemanha, contra o euro pode, de repente, tornar-se um rastilho de pólvora contra a União Europeia -- pelo menos nos termos em que ela está constituída hoje. Seria uma amarga ironia e uma reversão política histórica que a mesma Alemanha responsável de enorme peso pela má-formação da União Europeia possa vir a ser, algum dia, seu coveiro.]

Um comentário:

  1. Amigo VASCO:
    Acho que já manifestei minha opinião sobre essa questão da moeda única europeia em outras oportunidades. E sempre foi contrária à existência de algo desse tipo.
    É impossível criar uma moeda única sem que o governo seja único.
    Cada país tem sua estrutura de produção, custos, impostos, etc.,
    que determina o valor de sua moeda.
    Qualquer que seja a regra de conversibilidade, sempre vai ficar algo
    que não será coberto, quebrando a desejável conversibilidade.
    Muitos acharam que o dólar poderia sr uma moeda única, universal, mas só quem emite dólares são os EUA.
    E o fizeram fortemente depois da Segunda Guerra, com o Plano Marshall, emitindo dólares sem lastro para 'auxiliar' os países europeus, com a proibição de gasto desses dólares nos EUA.
    Não dá para acreditar em moeda única, mesmo na União Europeia.
    Aliás, será que é mesmo um a 'união'?
    Abraços - LEVY

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