O documento isenta o atual presidente da entidade, Joseph Blatter, de responsabilidade no caso.
Na sua conclusão, divulgada no site da Fifa, Eckert mantém a informação de que os cartolas receberam subornos da empresa de marketing ISL, entre 1992 e 2000, mas argumenta que, na época do episódio, não havia código de conduta dentro da Fifa. O primeiro código, explica, é de 2004, depois do escândalo. Por isso, ele diz que qualquer outra recomendação não teria efeito neste momento. Além disso, o juiz do comitê de ética alega que os três envolvidos, Teixeira, Havelange e Leoz, deixaram seus cargos na entidade. "O caso ISL está concluído pelo comitê de ética", informa. [Moral desse falso imbróglio da Fifa: o crime compensa e não deixa sequelas. Sensacional: como a Fifa não tinha código de conduta, os indíviduos que a dirigiam não eram obrigados a tê-lo! E como os pilantras renunciaram antes de denunciados, fica tudo elas por elas. Depois disso, não é de se estranhar que os honestos se sintam uns panacas.]
Conforme a Folha informou no dia 24, Nicolás Leoz sabia que seria citado neste documento, o que o levou a anunciar na terça-feira passada a renúncia aos cargos de presidente da Conmebol e de membro do comitê executivo da Fifa. A renúncia de Havelange só foi revelada no documento divulgado nesta terça pela entidade que comanda o futebol no mundo. A falida ISL, empresa de marketing esportivo parceira da Fifa nos anos 90, foi investigada pela Justiça suíça por ter pago propina a dirigentes em troca de facilidades na obtenção de contratos. Em julho do ano passado, foi divulgado que os brasileiros João Havelange, então presidente honorário da Fifa, e Ricardo Teixeira, ex-mandatário da CBF, receberam R$ 45 milhões em subornos. Eles nunca comentaram o caso. Teixeira havia renunciado a seus cargos na CBF e na Fifa quatro meses antes.
A Fifa criou em 2012 um comitê de ética e anunciou a abertura de uma investigação interna sobre o caso. Nomeou o americano Michael J. Garcia como chefe da apuração. Ele entregou seu relatório final ao juiz Hans-Joachim Eckert no dia 18 de março. Ao livrar Blatter, o juiz argumenta que não há elementos mostrando que o atual presidente da Fifa foi responsável ou esteve ligado aos pagamentos feitos aos três outros envolvidos --Teixeira, Havelange e Leoz.
João Havelange (esquerda), então presidente da Fifa, ao lado de Ricardo Teixeira (centro),
então presidente da CBF, e Joseph Blatter, secretário-geral da entidade,
no Rio -- Os dois brasileiros foram venais e corruptos, mas saíram com o dinheiro da propina e sem punição porque a Fifa não tinha código que os obrigava a ter boa conduta... - (Foto: Patrícia Santos/Folhapress).
Que o crime compensa no Brasil, isso nem se discute. Não só por causa desses dois bem conhecidos canalhas mas, também por numerosos exemplos públicos. Quanto ao código ético da FIFA, ausente ou presente,...de nada vale! Ética ou está no DNA ou não está em lugar algum, nunca. Os benefícios que esses dois deixaram ao esporte podem ser muito bem observados pela situação estarrecedora em que se encontra o futebol brasileiro e, particularmente, o carioca. Resta a paciência de esperar que sogro e genro (ou ex) morram e vão pro inferno de muito enxofre.
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