[Como mencionei em postagem anterior, o esperto Eike Batista caiu nas graças da nossa doce Dona Dilma e vai ser socorrido com o nosso dinheiro. A Petrobras vai ser envolvida para tirar a OGX do sufoco (o governo vai tirá-la do brejo e colocar nossa vaca no seu lugar) e evitar que o resto das empresas "X" derreta. Paralelamente, o BNDES abriu novamente seu cofre para Eike, desta vez para salvar a MMX. No dia 18 deste mês, o jornal O Estado de S. Paulo anunciava em manchete: "MMX, de Eike Batista, terá quase R$ 1 bi do BNDES", e informava: "Mergulhado em uma grave crise de credibilidade, o Grupo X contabiliza
atrasos no cronograma de vários projetos, como os portos do Sudeste e do
Açu, ambos no Rio de Janeiro. A constante revisão de prazos é mais uma
reclamação de investidores preocupados com os atuais rumos das
empresas. A MMX anunciou nesta quinta-feira, 18, pela segunda vez no mês,
a aprovação de empréstimo ao porto do Sudeste pelo BNDES. O grupo espera sacar ainda neste trimestre a primeira parcela do
empréstimo de R$ 935 milhões. As ações da companhia subiram depois do
anúncio."
Ontem, a Folha de S. Paulo informou sobre um plano de socorro a Eike. Começando pela OGX, envolverá três petroleiras: uma russa, uma malaia e, é claro, a Petrobras. Não deixem de ler também "A questão do X", a coluna de ontem de Miriam Leitão no Globo.]
O socorro ao combalido grupo X, como é conhecido o império de empresas
de Eike Batista que levam por superstição a letra nos seus nomes,
começará pela petroleira OGX. O plano envolve um sócio russo, a venda de
ativos e parcerias com a Petrobras em novos campos de petróleo.
Segundo a Folha apurou, a empresa negocia de forma avançada com a
petroleira russa Lukoil, que pretende atrair como parceira, e com a
malaia Petronas, para quem deseja passar parte de campo de petróleo para
fazer caixa.
Os executivos de Eike já iniciaram também conversas com a Petrobras para
firmar parcerias em campos da estatal, nos quais assumiria o posto de
operadora.
Iniciar o resgate do grupo pela OGX é estratégico para Eike, que está
sendo assessorado pelo BTG. De suas seis empresas com ações negociadas
na Bolsa, foi dela o maior tombo -- queda de 90% no valor dos papéis em
um ano.
A crise de confiança contaminou várias operações do grupo. Ainda assim, a
OGX representa quase um terço do império X, avaliado em pouco mais de
R$ 14 bilhões.
O centro da estratégia está na Lukoil. A ideia é atrair a companhia,
quarta maior petroleira privada do mundo, como sócia da OGX, cedendo
participação de cerca de 40% no capital total da brasileira.
A fatia, segundo executivos próximos à operação, é suficiente para que
os russos possam consolidar os números da OGX em seu balanço sem que
Eike perca o posto de controlador de sua petroleira, considerada a "joia
da coroa" do seu grupo. A Lukoil esquadrinha os números da OGX desde o início do ano. Para isso,
foi montado um "data room" --banco de dados com informações
estratégicas da companhia.
A avaliação inicial foi positiva e, há cerca de um mês, os russos
contrataram o escritório brasileiro Pinheiro Guimarães para iniciar a
chamada "due diligence", uma averiguação detalhada dos ativos e
informações da companhia antes da aquisição.
No momento, os advogados estão debruçados sobre detalhes como obrigações trabalhistas e de conteúdo local.
Leilão à vista
A expectativa é que o negócio possa ser fechado no início de maio, a
tempo da 11ª rodada de licitações para áreas de exploração de petróleo,
programada para os dias 14 e 15 e que oferecerá 289 blocos.
Para a OGX, a sociedade traria musculatura --e capital-- para uma oferta
mais agressiva na disputa. A empresa precisa de novas áreas após
campanha exploratória com resultado abaixo do "vendido" aos
investidores. Já os russos ganhariam um valioso atalho ao mercado brasileiro, ao ter
acesso a uma empresa com corpo técnico já formado e considerado de boa
qualidade.
Paralelamente, os executivos de Eike negociam a venda de 40% do campo de
petróleo Tubarão Martelo para a Petronas, por US$ 1 bilhão.
Segundo apurou a Folha, as negociações estão em ritmo acelerado. O
diretor jurídico da OGX, José Roberto Faveret, foi a Kuala Lumpur, na
sede da Petronas, negociar os termos finais da operação.
A venda do campo traria alívio imediato à OGX, dispensando Eike de
capitalizar a empresa -- em outubro, o empresário se comprometeu a
injetar US$ 1 bilhão do próprio bolso na empresa caso o plano de
negócios estivesse comprometido por falta de caixa.
Em outra frente, a OGX movimenta-se para fechar parcerias com a
Petrobras em campos já em operação. As conversas já foram iniciadas,
segundo executivos do grupo, que falam sob reserva.
A intenção da OGX é entrar como sócia da estatal em alguns campos, assumindo o papel de operadora. Procurada, a petroleira de Eike se limitou a dizer, por meio de nota, que "as informações não procedem".
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Enquanto isso, durante a estiagem de 2012/2013, quase toda produção agropecuária do agreste nordestino desapareceu do país. O verde virou marrom escuro e os caprinos e bovinos (poucos ovinos) morreram à míngua, de fome e sede, dia após dia. Quem assiste o Globo Rural sabe bem. Algumas míseras pipas d’água municipais, estaduais e federais evitaram que o povo morresse também, numa espécie de esmola ao sertanejo que merece bem mais, acho eu. Ora, nordestino não é fenômeno, salvo o NPA, isso dito com uma ponta de ironia.
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