quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Sobras de uísque escocês serão transformadas em biocombustível

Uma destilaria escocesa e uma empresa de tecnologia anunciaram que pretendem usar sobras do processo de produção de uísque para produção de biocombustível a ser usado em veículos.  Um acordo foi firmado entre as duas empresas escocesas que vão trabalhar juntas no desenvolvimento da nova tecnologia que produzirá o biobutanol – um tipo de biocombustível que pode ser usado por carros e motos.

Mais de 90% do material usado para destilar uísque é resíduo. As sobras possuem alto teor de açúcar e, hoje em dia, são aproveitadas para produção de fertilizantes e ração para gado.

O centro de pesquisas BfRC – que é ligado à Universidade de Napier, em Edimburgo – descobriu que determinadas bactérias, quando misturadas às sobras das destilarias, produzem o butanol.  A Celtic Renewables, uma empresa formada a partir do centro de pesquisas, fechou uma parceria com a destilaria de uísques Tullibardine, de malte puro [não "blended" = malte combinado com outro(s) grão(s), que pode(m) ser cevada, trigo ou milho] da cidade de Perthshire.  "Nossa parceria com a Tullibardine é um passo importante no desenvolvimento de um negócio que combina duas indústrias icônicas da Escócia: uísque e combustíveis renováveis", diz Martin Tangney, da Celtic Renewables.

O diretor da Tullibardine, Douglas Ross, acredita que, se o projeto der certo, sua empresa vai poupar 250 mil libras (cerca de R$ 820 mil) em dinheiro gasto hoje com o manejo dos resíduos.  "Isso nos retira um custo e cria algo com valor social e comercial", afirmou. A Tullibardine pode produzir 6.500 toneladas de borra e 2 milhões de litros de pot ale [refugo do processo de destilação] -- subprodutos que hoje são borrifados em plantações agrícolas, ou transformados em ração animal, ou descartados no mar sob licença, de maneira segura, tudo isso a um custo significativo.

A Celtic deseja construir uma planta de processamento na Escócia que ajudará a desenvolver uma indústria que poderá movimentar £ 60 milhões [cerca de R$ 197 milhões] por ano.


A iniciativa está recebendo recursos do governo escocês, no contexto de iniciativas para reduzir em 42% as emissões de carbono em 2020 e de atingir a meta mandatória da União Europeia de 10% de biocombustível em 2020. O projeto Celtic-Tullibardine está sendo financiado em R$ 509 mil pelo programa Zero Waste Scotland [Escócia Resíduo Zero, em tradução livre], que é gerenciado pelo WRAP - Waste & Resources Action Programme em nome e no interesse do governo escocês.

[Esse é o tipo de negócio que pode deixar a gente tonta ...]

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