Uma destilaria escocesa e uma empresa de tecnologia anunciaram que
pretendem usar sobras do processo de produção de uísque para produção de biocombustível a ser usado em veículos. Um acordo foi firmado entre as duas empresas escocesas que vão trabalhar
juntas no desenvolvimento da nova tecnologia que produzirá o biobutanol –
um tipo de biocombustível que pode ser usado por carros e motos.
Mais de 90% do material usado para destilar uísque é resíduo. As sobras
possuem alto teor de açúcar e, hoje em dia, são aproveitadas para
produção de fertilizantes e ração para gado.
O centro de pesquisas BfRC – que é ligado à Universidade de Napier, em
Edimburgo – descobriu que determinadas bactérias, quando misturadas às
sobras das destilarias, produzem o butanol. A Celtic Renewables, uma empresa formada a partir do centro de
pesquisas, fechou uma parceria com a destilaria de uísques Tullibardine, de malte puro [não "blended" = malte combinado com outro(s) grão(s), que pode(m) ser cevada, trigo ou milho]
da cidade de Perthshire. "Nossa parceria com a Tullibardine é um passo importante no
desenvolvimento de um negócio que combina duas indústrias icônicas da
Escócia: uísque e combustíveis renováveis", diz Martin Tangney, da
Celtic Renewables.
O diretor da Tullibardine, Douglas Ross, acredita que, se o projeto der
certo, sua empresa vai poupar 250 mil libras (cerca de R$ 820 mil) em
dinheiro gasto hoje com o manejo dos resíduos. "Isso nos retira um custo e cria algo com valor social e comercial", afirmou. A Tullibardine pode produzir 6.500 toneladas de borra e 2 milhões de litros de pot ale [refugo do processo de destilação] -- subprodutos que hoje são borrifados em plantações agrícolas, ou transformados em ração animal, ou descartados no mar sob licença, de maneira segura, tudo isso a um custo significativo.
A Celtic deseja construir uma planta de processamento na Escócia que ajudará a desenvolver uma indústria que poderá movimentar £ 60 milhões [cerca de R$ 197 milhões] por ano.
A iniciativa está recebendo recursos do governo escocês, no contexto de iniciativas para reduzir em 42% as emissões de carbono em 2020 e de atingir a meta mandatória da União Europeia de 10% de biocombustível em 2020. O projeto Celtic-Tullibardine está sendo financiado em R$ 509 mil pelo programa Zero Waste Scotland [Escócia Resíduo Zero, em tradução livre], que é gerenciado pelo WRAP - Waste & Resources Action Programme em nome e no interesse do governo escocês.
[Esse é o tipo de negócio que pode deixar a gente tonta ...]
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