terça-feira, 18 de setembro de 2012

Gasto federal com anúncios dispara perto das eleições

[Nossa ex-guerrilheira e ex-quase Dama de Ferro vive dando uma no ferro, outra na ferradura. Ora posa de faxineira ético-política, expurgando malfeitos e corruptos herdados de seu criador, guru e tutor, Lula (o Nosso Pinóquio Acrobata - NPA), ora incide nos mesmos erros e reza pela mesmíssima cartilha do NPA. Neste último contexto inclui-se seus gastos com propaganda institucional em período eleitoral, como revela a reportagem abaixo, disponível para assinantes da Folha de S. Paulo. Esse é um dos ralos por onde escoa parte ponderável da escorchante (*) arrecadação fiscal do governo.]

O início do período eleitoral marcou um aumento no volume de pagamentos de verbas de propaganda para veículos de comunicação pela Presidência da República. Em julho, R$ 16,2 milhões foram pagos a jornais, rádios, TVs e sites pela Secom (Secretaria de Comunicação Social), órgão vinculado à Presidência e responsável pela maior fatia da publicidade da administração direta -- estatais não entram nessa conta.

De abril a junho, foram repassados, ao todo, R$ 13,4 milhões para veículos de comunicação -- em três meses somados, portanto, os gastos foram menores do que os registrados apenas em julho.  O valor é ainda o dobro do registrado em julho de 2011: R$ 8,1 milhões. Esse montante representa a média dos desembolsos mensais da Secom ao longo dos 19 meses do governo Dilma Rousseff.

O levantamentamento foi feito pela Folha, com dados da Secom. Como o governo se recusa a fornecer a série histórica, não foi possível comparar com gestões anteriores [como o NPA, o PT e seus asseclas não perdem a mínima oportunidade de sacar aleivosias contra os governos de FHC, em qualquer esfera de atividade, essa recusa é sintomática e uma inequívoca indicação de que nos 8 anos de governo do NPA e nos quase 2 anos de Dª Dilma esses gastos com propaganda não encontram qualquer paralelo comparativo com os de FHC].

O governo nega fins eleitorais e diz que o aumento ocorreu devido à necessidade de publicidade de programas federais, como o Brasil Carinhoso -- projeto para famílias carentes lançado em maio [haverá sempre alguém no governo para dizer que o lançamento de mais um programa paternalista governamental a apenas 5 meses das eleições é pura "coincidência"...].

Candidatos alinhados ao Planalto e mensagens gravadas pela presidente Dilma para apoiá-los têm enfatizado que a aliança favorecerá a implementação de programas federais nas cidades [se isso não é operação casada e eleitoreira ...].

Maior alcance

Neste ano, também aumentou a pulverização das verbas publicitárias. A propaganda oficial alcança número maior de municípios e veículos de comunicação [outra coincidência tipicamente petista em período eleitoral].

Entre janeiro e julho de 2011, ano não eleitoral, o dinheiro da Secom chegou a 1.285 veículos. No mesmo período deste abo chegou a 2.391 -- crescimento de 86%. A legislação não impede a propaganda de programas do governo em meses eleitorais.

Secom nega relação com período eleitoral

Em nota, a Secom negou que o aumento no volume de pagamentos de verba de publicidade em julho tenha relação com o período eleitoral. Segundo ela, "o maior volume de pagamentos em julho de 2012 corresponde às campanhas veiculadas no mês de junho deste ano para o lançamento do programa Brasil Carinhoso e de Enfrentamento ao Crack".

Anunciado em maio, o Brasil Carinhoso pretende beneficiar cerca de 2 milhões de famílias com crianças até 6 anos de idade. Já o programa contra o crack prevê ações integradas com Estados e municípios e um investimento de R$ 4 bilhões até 2014. "Não há, portanto, qualquer relação do volume de pagamento com o período eleitoral", diz a Secom [eis mais uma acrobacia semântica do governo de Dª Dilma -- o site da Procuradoria Geral Eleitoral, do Ministério Público Federal (MPF), diz clara e cristalinamente que "É proibido: [...] Gastar, em ano eleitoral, em publicidade de órgãos públicos, mais do que a média dos anos anteriores ou mais do que o total do ano anterior". Esta proibição já foi violada em 2012, segundo o levantamento da Folha -- por que, então, o MPF não se mexe e toma as providências legais que lhe cabem?! Além dissso, o TSE - Tribunal Superior Eleitoral define como início do período eleitoral o dia 10 de junho do ano da eleição. Assim, mesmo que destinado a pagar gastos feitos em junho --como argumenta também a nota da Secom, segundo a Folha --  o montante liberado em julho já contém vício de origem.]

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(*) Surpreendentemente, o verbete "escorchante" não consta nem do dicionário Aurélio nem do dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (1ª ed. - 2001) -- ambos acolhem apenas "escorchador". Já o Michaelis - Moderno Dicionário da Língua Portuguesa contempla ambos os verbetes já em sua edição de 1998!

Um comentário:

  1. "Esse é um dos ralos por onde escoa parte ponderável da escorchante (*) arrecadação fiscal do governo."

    Pois é! Mas o termo correto é mesmo ESCORCHANTE. Tanto que o HOUAISS 2009 (meu adorável Houaiss) diz claramente:

    escorchante: adjetivo de dois gêneros,
    que ultrapassa muito a medida justa; abusivo, exorbitante
    Ex.: preços escorchantes.

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