segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Problemas com o iPhone 5, alguns específicos para o Brasil


Sabe aquelas caixas de som que você comprou para ouvir as músicas do seu iPhone ou iPod? Ou aquele cabo do carro feito sob medida para o conector da Apple? Eles podem não funcionar nos novos aparelhos da maçã, segundo reportagem do All Things D deste sábado.

A questão é física. Até o iPhone 4S e a geração anterior dos iPods e iPads, os produtos da Apple tinham um conector de 30 pinos, mas ele foi substituído por um de 8 pinos, mais estreito e fino. Tudo isso para que o aparelho também ficasse mais fino e leve.

Com o Lightning Conector, como foi batizado, os fãs da Apple que já têm produtos feitos sob medida para os iDevices anteriores terão de pagar de 29 a 39 dólares por um adaptador e, mesmo assim, não terão certeza de que seus acessórios vão funcionar. “O adaptador não é uma solução das mais elegantes, mas o pior é que a Apple diz que muitos acessórios simplesmente não serão compatíveis”, diz o site.

Para brasileiros e europeus, o iPhone 5 reserva um problema e frustração maiores. Os três modelos do aparelho incluem suporte para diversas frequências, mas deixam de fora duas importantes na Europa e no Brasil.

Ao passar a suportar LTE, a quarta geração de telefonia móvel  (ou 4G) o iPhone 5 revelou os verdeiros focos da Apple: a América do Norte e os mercados asiáticos mais avançados (o Japão e a Coreia do Sul, principalmente), deixando as bandas de LTE mais importantes na Europa para trás, assim como a banda escolhida pelo Brasil.

O iPhone 5 apresenta três versões, equipadas para usarem diferentes conjuntos de frequências: dois modelos para a família de tecnologias GSM e um para CDMA, que também inclui bandas GSM para roaming. Em cima dessas frequências, cada modelo inclui bandas selecionadas para a mais rápida tecnologia LTE, realçada pela Apple para a venda do iPhone 5. No entanto, a nova linha deixa de fora duas faixas – dos 800 MHz e dos 2,6 GHz – que serão fundamentais para o serviço LTE na Europa, de acordo com Phil Marshall, analista da Tolaga Research - e 2,5GHz e 2,6MHz, usadas no Brasil.

Operadoras na Alemanha, Suécia, Itália e outros países europeus já têm ou esperam implementar a LTE em 800 MHz e/ou 2,6 GHz.

Frequências brasileiras

Em todo o mundo a quarta geração de telefonia celular (4G) está começando com uma banda baixa (o dividendo digital, também conhecido como 700 MHz) e uma alta (2,5 GHz). Dizem ser uma combinação perfeita.

Começaremos a implantação de 4G, por aqui, pela banda alta, de capacidade. Isto se encaixa bem no objetivo central do Governo de prover serviços de 4G na Copa do Mundo de 2014 e nos Jogos Olímpicos de 2016. Serão 12 cidades cujas áreas centrais de transporte, turísticas e esportivas poderão ser cobertas com 2,5 GHz, prevendo um período de grande utilização durante estes eventos esportivos, mas deixando um legado importante para essas populações urbanas.

Portanto, no Brasil, a frequência utilizada inicialmente para o LTE será entre 2.5 GHz e 2.69 GHz. O que fará com que vários aparelhos fabricados lá fora não funcionem em 4G aqui. A questão não é exclusiva do iPhone 5 e outros aparelhos anunciados como 4G podem ter o mesmo problema, nomeadamente o Galaxy SIII da Samsung, os Lumia 920 e 820 da Nokia, o One XL da HTC e o Ascend P1 da Huawei. 

 A Motorola foi a primeira empresa a anunciar a produção local de um smartphone 4G em 2,5GHz. Batizado de "RAZR HD", ele é uma evolução dos já conhecidos RAZR e RAZR MAXX. Outros fabricantes deverão fazer o mesmo, já que a Qualcomm assumiu o compromisso de fabricar chips com as frequências LTEs usadas no país. 

E o governo planeja licitar a faixa de 700 MHz (usada pelo iPhone 5 no mercado americano) já em 2013. O processo será demorado, porque a destinação da faixa de 700 MHz para as prestadoras de serviços móveis não poderá, em momento algum, fazer com que cidadãos brasileiros corram o risco de ficar sem o mais universal de nossos serviços, que é a televisão, presente em pelo menos 95% de nossos domicílios. 
 

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