A Azul Trip S.A., holding da fusão entre a Azul Linhas Aéreas e a Trip Linhas Aéreas, vai investir US$ 342 milhões, o equivalente a R$ 684
milhões, para trazer 12 aeronaves de setembro até abril de 2013. A
informação é do futuro principal executivo de finanças da empresa
resultante da união, que se chamará apenas Azul, John Rodgerson. A
extinção da marca Trip na comunicação visual da nova companhia aérea foi
antecipada na edição de ontem do Valor.
Segundo Rodgerson, os recursos foram obtidos por meio de financiamentos
com bancos como o Santander e o Deutsche Bank. A empresa de leasing de
aviões da General Electric, a Gecas, também faz parte do pacote. "Todos os recursos já estão financiados. O prazo médio de financiamento
varia de dez a 12 anos", disse o executivo, que preferiu não divulgar as
taxas de juros negociadas. Rodgerson contou que, das 12 aeronaves,
metade são modelos da família 195 da Embraer, para 118 passageiros [é importante frisar que a Azul e a Trip são as únicas empresas aéreas brasileiras que têm aviões da Embraer em sua frota -- por que será?...]. Os
outros seis são turboélices da franco-italiana ATR, modelo ATR 72-600,
para 70 pessoas.
A chegada das 12 aeronaves integra parte do programa de renovação de
frota da Azul e da Trip. O atual presidente-executivo da Trip, José
Mario Caprioli, afirmou que os modelos mais antigos das duas companhias
serão devolvidos até o fim do primeiro semestre de 2013. São nove jatos modelo 175 da Embraer, para 86 passageiros, e sete
turboélices ATR 42-300, para 48 pessoas. Entre substituições e
aquisições, a frota da Azul e da Trip deverá encerrar este ano com 116
aeronaves. Atualmente, são 114.
Caprioli, que será o principal executivo operacional da nova Azul,
também afirmou que o acordo de compartilhamento de voos (do jargão em
inglês codeshare) entre a Azul e a Trip deverá estar 100% implementado e
em vigor entre os dias 20 e 30 de outubro, incluindo a venda integrada
de passagens. A aprovação do codeshare pela Agência Nacional de Aviação
Civil (Anac) foi concedida no dia 20 de agosto, uma semana depois de o
pedido ter sido divulgado publicamente, conforme antecipado pelo Valor ontem [30/8].
Caprioli e o diretor de comunicação, marca e produto da Azul, Gianfranco
Beting, afirmaram que o codeshare é uma espécie de preparação para a
futura integração operacional da empresa. Segundo eles, seria
"desejável" que a total integração fosse visível aos passageiros até o
fim deste ano, mas as duas empresas permanecem operando de forma
independente até as devidas aprovações necessárias.
Juntas, as duas companhias protocolaram na Anac 380 pedidos de alteração
de horários de transporte (hotran, no jargão do setor, que são
autorizações para operar voos regulares). Segundo Caprioli, essas
solicitações correspondem ao total de voos operados pelas duas empresas,
em torno de 840 por dia. Cada hotran pode incluir de um a sete voos por
semana. "Marca mexe muito com a emoção das pessoas. A marca Trip é de 1998, uma
alusão à nossa origem, em Campinas. Eu fui o criador dessa marca e estou
muito contente por anunciar que decidimos por uma marca associada",
afirmou Caprioli, sobre a manutenção de detalhes da comunicação visual
da Trip no novo desenho.
O novo logotipo da Azul passará por modificações. A letra U, na palavra
Azul, será grafada com um tom da cor azul contrastante das demais letras
A, Z e L. O objetivo é remeter ao logotipo atual da Trip, que também
usa a cor azul, com a letra I pintada em tonalidade diferente das demais
letras da marca. O objetivo de grafar a letra U com um tom diferente é
também mostrar a "união" das duas empresas.
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