segunda-feira, 17 de setembro de 2012

O ministro Aldo Rebelo pirou (ou: Cuidado com as más companhias!)

O ser humano é inesgotável em sua capacidade de atingir extremos em qualquer atividade. Há os que alternam momentos de genialidade com outros de profunda idiotice, e há os que persistem mais na mediocridade. Neste último grupo situa-se privilegiada e inequivocamente Aldo Rebelo, o atual ministro do Esporte.

Em entrevista à revista Veja que está nas bancas, Rebelo atingiu a profundidade máxima da parvoíce ao responder à pergunta da revista sobre a venda de bebidas (alcoólicas) nos Jogos da Copa do Mundo no Brasil. Reproduzo abaixo, literalmente, a pergunta e a resposta:

A venda de bebidas será mesmo liberada nos Jogos?

"A legislação vai autorizar a venda de cerveja. Não há por que não vender. Não tem sentido fazer um evento desses sem cerveja nos estádios. Diz o Mário Filho, em seu livro "O Negro no Futebol Brasileiro", que os ingleses que vieram trabalhar na fábrica de tecidos de Bangu e foram construir o estádio de Moça Bonita começaram a obra pelo bar. A partir do bar. É uma relação histórica no esporte, tanto aqui como no exterior. Você vai à Europa e aos Estados Unidos e há um consumo controlado -- a polícia britânica prendia quem estava bêbado e incomodando. Então o Brasil tomou uma decisão equilibrada".

Na resposta do ministro, absolutamente nada presta e se salva. A primeira constatação é que ele certamente é um pinguço, mesmo admitindo-se como atenuante sua convivência em Brasília, durante suas andanças ministeriais, com certo companheiro tido como exageradamente bom de copo. As várias outras conclusões a que nos leva sua resposta não são, igualmente, nada meritórias para o Sr. ministro Aldo Rebelo -- se não, vejamos:

- i) ele é um contumaz amante de inverdades, quando descaradamente falseia os fatos quanto ao uso de bebidas alcoólicas em estádios na Europa e nos EUA -- na Europa, no campeonato da UEFA deste ano até a venda de cervejas de baixo teor alcoólico foi proibida nos estádios, e nos EUA as leis são rígidas, havendo locais em que os vendedores de bebida alcoólica são obrigados a checar a identidade de quem aparentar menos de 30 anos, e em outros essa venda é suspensa em certos períodos dos jogos.  A caracterítisca de apego exacerbado a inverdades tem sido um traço recorrente em ministros dos governos petistas, todos eles adotando como paradigma Lula, o Nosso Pinóquio Acrobata (NPA).

-- ii) Uma alternativa à hipótese anterior é a de que Rebelo seja um inveterado e irremediável usuário de má-fé -- outra particularidade arraigada do NPA e de seus acólitos e ministros -- ao distorcer propositalmente os fatos.

-- iii) O ministro deita falação sobre o que não sabe e/ou algo de que não entende, além de satisfazer-se completamente com a própria ignorância -- outra propriedade marcante da negativamente multifacetada personalidade do NPA e de seus seguidores.

-- iv) O ministro parece encarnar a versão masculina -- de terno e bigode, e com toques requintados da característica (ii) acima -- de Alice no País das Maravilhas, ao comparar a atuação da polícia e o ambiente de injunção da lei na Europa e nos EUA com o que existe e acontece no Brasil. Se aqui, com as regras vigentes, as torcidas organizadas protagonizam batalhas campais dentro e fora dos estádios, com mortos e feridos e com a polícia incapaz de controlá-las, imaginem o que acontecerá com a cerveja liberada nos estádios!

-- v) A Ambev, seu lobby e seu dinheiro são muito mais fortes do que concebe nossa vã filosofia, e o governo e seus ministros (Rebelo obviamente incluso) são muito mais fracos, acessíveis, convencíveis e de espinhas dorsais muito mais flexíveis e dobradiças do que possamos conceber.

-- vi) A personalidade de Aldo Rebelo é um coquetel de tudo isso que está aí acima, uma síntese perfeita e acabada da concepção petista de gerir a coisa pública e defender os interesses da sociedade.

A Copa de 2014 será inesquecível.

Um comentário:

  1. "A Copa de 2014 será inesquecível."
    I drink to that! Hic...!

    (Prezados blogados, desculpem a irreverência)

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