quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Restos mortais de militares americanos despejados em aterro nos EUA

 O artigo abaixo é uma pequena história de horror. É impressionante e inacreditável as barbaridades cometidas pelos americanos contra seus próprios concidadãos, ao mesmo tempo em que se arvoram em guardiães mundiais da ética!

Durante anos o necrotério da Base Aérea de Dover se desfez de algumas partes de cadáveres de soldados cremando-as, e lançando as cinzas em um aterro na Virginia, uma prática que autoridades e oficiais abandonaram desde então para sepultar esses restos mortais no mar.

O necrotério de Dover, que é o principal ponto de entrada para os mortos de guerra americanos, enviou restos mortais para o aterro de 2003 até 2008, de acordo com oficiais da Força Aérea. Essa maneira de dispor desses restos mortais foi sintomaticamente ocultada dos parentes dos mortos. A revelação disso segue-se a uma série de investigações federais sobre o mau manuseio de restos mortais no necrotério.

Oficiais da Força Aérea reconheceram na quarta-feira (ontem), em resposta a indagações do Washington Post,  o uso daquela prática. Disseram que esse procedimento se restringia às partes dos corpos que eram impossíveis de serem identificadas de início, ou que foram recuperadas tardiamente dos campos de batalha, e que familiares indicaram que poderiam ser descartados pelos militares.

O Major-Brigadeiro Darrell Jones, vice-chefe de pessoal da Força Aérea, disse que as partes dos corpos eram primeiro cremadas, depois incineradas, e em seguida levadas para um aterro por um empreiteiro militar. Não soube explicar porque ambas, a cremação e a incineração, eram necessárias, mas comparou o processo ao de descarte de lixo hospitalar. Ele não soube estimar quantas partes de corpos foram manuseadas dessa maneira. "Essa era a prática usual na época,  e desde então nossas práticas melhoraram", disse ele.

Um documento da Força Aérea mostra que o aterro se localizava no condado de King George, na Virginia. Altos funcionários da empresa Waste Management Inc., que opera o aterro, disseram que ela era mantida sem saber a origem das cinzas.  "Não fomos especificamente cientificados sobre aquele procedimento pela Força Aérea", disse Lisa Kardell, uma porta-voz da companhia.

O necrotério de Dover alterou sua prática em junho de 2008, disse Jones. Desde então, a Marinha tem colocado em urnas as partes cremadas de corpos, sepultando-as depois no mar. Perguntado se era apropriado ou digno incinerar partes de corpos de soldados e depois despejá-las em um aterro, Jones declinou de responder diretamente. "Identificamos um meio muito melhor de fazer isso", disse ele. "Deixem-me ser enfático: considero que os procedimentos atuais são melhores".

Na terça-feira a Força Aérea admitiu que o necrotério havia perdido o tornozelo de um soldado morto e uma parte não identificada de um corpo recuperada de um acidente aéreo; que havia serrado o braço de um fuzileiro para fazê-lo caber em seu caixão; e havia impropriamente armazenado e rastreado outros restos mortais. Ver outros detalhes.

A Força Aérea puniu três supervisores do necrotério, após uma investigação de 18 meses, mas não demitiu nehum deles, apesar dos apelos de advogados e de grupos de veteranos [de guerra] por uma ação mais dura.

"O que aconteceu na Base Aérea de Dover excede em muitos níveis a revolta nacional que resultou dos relatórios sobre ferimentos mal cuidados no ex-Centro Médico do Exército Walter Reed em 2007, e relatórios sobre sepulturas perdidas ou colocadas erroneamente no Cemitério Nacional de Arlington", disse Richard L. DeNoyer, o comandante nacional dos Veteranos de Guerras Externas. "Você só tem uma chance de reconduzir nossos guerreiros caídos para suas famílias, com toda a dignidade e o respeito que merecem de uma nação agradecida -- e aquele necrotério falhou nesse aspecto".

O Secretário de Defesa, Leon E. Panetta, que antes havia elogiado a Força Aérea pela "profundidade" de sua investigação, recuou dessa posição ontem (quarta-feira). Seu porta-voz, George Little, disse que Panetta estava deixando "aberta a possibilidade de responsabilização adicional",  e que "não há desculpa para que esse tipo de acidente ocorra".

Pela cultura e pelos regulamentos militares, os serviços militares têm a obrigação sagrada de cuidar dos soldados que tombam e de suas famílias. Todos os soldados mortos no exterior retornam para Dover em caixões de transferência envoltos na bandeira nacional, e recebem honras no que os militares chamam de uma "cerimônia de transferência digna".

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