O chefe do departamento científico da instituição, Mathias Schluep, disse à BBC Brasil que os países do oeste da África são os principais receptores de eletro-eletrônicos europeus e norte-americanos de segunda mão, parte dos quais se transforma rapidamente em lixo. O transporte do lixo eletrônico, proibido internacionalmente, é feito de maneira clandestina para países africanos e asiáticos misturado a carregamentos de eletrônicos de segunda mão importados de países desenvolvidos. "Os equipamentos usados são revendidos na África e na Ásia preços muito baixos. No entanto, cerca de 30% deles chegam quebrados. Metade deste total é conserta e revendida e a outra metade é descartada imediatamente", disse Schluep.
Em Gana, um dos principais receptores de eletrônicos europeus de segunda mão na África, testes feitos em uma escola próxima a um centro de reciclagem informal mostraram níveis de chumbo, cádmio e outros poluentes cerca de 50 vezes acima dos níveis considerados seguros.
Na China e na Índia, os maiores países receptores e recicladores de lixo eletrônico na Ásia, trabalhadores realizam - manualmente e sem proteção - a separação de metais de placas de circuito, que liberam resíduos tóxicos no solo e nos rios.
A instituição suíça oferece treinamento e apoio a recicladores em diversos países, em parceria com governos, agências da ONU e empresas de eletrônicos, como a Microsoft, a Nokia e a Hewlett Packard. De acordo com Schluep, a reciclagem e a extração de materiais de televisores, celulares e computadores quebrados é vista como oportunidade para milhares de comunidades mais pobres, em meio a alertas sobre a possível escassez de metais essenciais para a construção de equipamentos eletrônicos. O Empa estima que em 100 mil celulares há cerca de 2,4 quilos de ouro, mais de 900 quilos de cobre e 25 quilos de prata, que valeriam mais de US$ 250 mil (R$ 430 mil) se fossem completamente recuperados.
Em Acra (Gana), testes feitos em uma escola próxima a um centro de reciclagem informal mostraram níveis de chumbo, cádmio e outros poluentes 50 vezes acima dos níveis considerados seguros - (Foto: Empa).
Em Gana, um dos principais receptores de eletrônicos de segunda mão da Europa e dos EUA, recicladores queimam partes de monitores e equipamentos que não serão utilizadas - (Foto: Empa).
Neste centro de desmanche em Lagos, Nigéria, a separação das partes dos eletrônicos também é feita manualmente, expondo os trabalhadores a produtos tóxicos - (Foto: Empa).
China e Índia são os principais receptores de lixo na Ásia, e também realizam alguns processos manualmente como na imagem acima, em Taizhou, na China, em que um homem queima uma placa de circuito eletrônico para liberar metais utilizados na peça, liberando ao mesmo tempo componentes tóxicos no solo e no ar - (Foto: Empa).
Província de Jangsu (China), onde fica Taizhou, é o maior centro de reciclagem semi-informal do mundo - (Foto: Empa).
Os resíduos deixados pelo processo de recuperação de metais como o cobre, que utiliza ácido sulfúrico, contaminam lagos e rios na região de Taizhou - (Foto: Empa).
China e Índia são os principais receptores de lixo na Ásia, e também realizam alguns processos manualmente como na imagem acima, em Taizhou, na China, em que um homem queima uma placa de circuito eletrônico para liberar metais utilizados na peça, liberando ao mesmo tempo componentes tóxicos no solo e no ar - (Foto: Empa).
Província de Jangsu (China), onde fica Taizhou, é o maior centro de reciclagem semi-informal do mundo - (Foto: Empa).
Os resíduos deixados pelo processo de recuperação de metais como o cobre, que utiliza ácido sulfúrico, contaminam lagos e rios na região de Taizhou - (Foto: Empa).
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