sábado, 5 de novembro de 2011

2,5 milhões de peregrinos rumo a Meca

Uma maré humana convergia nesta sexta-feira para a planície de Mina, perto de Meca na Arábia Saudita, cerca de 2,5 milhões de muçulmanos iniciando os ritos de sua peregrinação anual.

Os peregrinos devem passar a noite em milhares de tendas brancas, instaladas nessa planície árida, antes se dirigir sábado ao Monte Arafat, onde o profeta Maomé fez seu discurso dito "do adeus".

"Para mim é um milagre. Sempre sonhei em fazer a peregrinação, e meu sonho se realizou", diz Salaheddine Mohammed, um nigeriano de 67 anos. 

A peregrinação a Meca, principal lugar santo do islamismo, é um dos cinco pilares dessa religião que todo fiel deverá cumprir ao menos uma vez em sua vida, se tiver meios para tanto. A parada no Monte Arafat, onde os fiéis consagram seu dia à oração, é o momento forte da peregrinação.

A pé, muitos com guarda-chuva para proteger-se do sol, ou em ônibus, os peregrinos dirigem-se desde sexta-feira cedo para Mina, para onde milhares de policiais são deslocados para orientar o fluxo dos peregrinos e dirigí-los para as tendas numeradas que lhes foram reservadas, de acordo com seu país de origem.

Além disso, o metrô de Meca, inaugurado parcialmente no ano passado, interligando os três lugares sagrados -- Mina, Arafat e Mouzdalifa -- terceira etapa dos peregrinos, funciona a partir de agora a plena capacidade, transportando 72.000 pessoas por hora para o Monte Arafat, reduzindo os engarrafamentos."Somente os peregrinos procedentes do interior da Arábia Saudita, dos países do Golfo, e 200.000 peregrinos dos países do sudeste da Ásia poderão utilizar o metrô neste ano", declarou à AFP (Agência France Press) o diretor do projeto, Fahd Abou Tarbouch. 

Ambulâncias e clínicas móveis estão instaladas ao longo do percurso dos peregrinos. "Nenhuma doença contagiosa foi detectada", afirma o ministro da Saúde saudita, Abdallah al-Rabiaa. O pessoal médico envolvido nessa operação é de 20.000 profissionais.

As forças de seguraná e de defesa civil, por seu lado, mobilizaram até 100.000 homens para assegurar o bom desenrolar da peregrinação, a maior aglomeração humana no mundo. As autoridades aumentaram o número de câmaras de vigilância, para evitar incidentes, principalmente os atropelos e empurrões fatais. A peregrinação do ano passado se processou sem incidentes.

A meteorologia previu tempo bom durante os dias da peregrinação -- as chuvas torrenciais, que inundam as tendas, eram uma outra preocupação dos responsáveis. 

No âmbito da segurança, os peregrinos iranianos deverão fazer neste sábado a tradicional manifestação antiamericana temida pelas autoridades, agora que a questão de um suposto complô iraniano contra o embaixador saudita em Washington, revelado pelos EUA, contaminou as relações entre os dois países. Segundo fontes de Teerã, essa manifestação se dará, como no ano passado, no interior do acampamento dos cerca de 97.000 iranianos que, segundo o representante, para a peregrinação, do  guia supremo do Irã, Ali Khamenei, irão "concentrar-se na unidade islâmica".

Violências  têm colocado em oposição, depois da revolução islâmica de 1979, as forças sauditas e os peregrinos iranianos, que são acusados de transformar a peregrinação em tribuna política anti-israelense, antiamericana e hostil ao regime saudita. Os enfrentamentos mais graves fizeram 402 mortos, dos quais 275 iranianos, em 1987, provocando uma ruptura de vários anos nas relações entre Riad e Teerã.

[Estranhamente, o artigo não faz qualquer menção à Caaba, ou Kaaba,  uma construção que é reverenciada pelos muçulmanos na mesquita sagrada de Al Masjid Al-Haram em Meca, e considerada por eles como o lugar mais sagrado do mundo. É uma construção cúbica de 15,24 m de altura, cercada por muros de 10,67 e 12,19 m de altura, e permanentemente coberta por uma manta escura com bordados dourados, que é regularmente substituída.]

Peregrinos nos acessos à Grande Mesquita em Meca, na Arábia Saudita, em 03/11/11 (Foto: Fayez Nureldine/AFP). 

Muçulmanos se dirigem a Meca para sua peregrinação anual (Foto: Fayez Nureldine/AFP).


A Caaba (Foto: Divulgação).





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