segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Repensando a regra "não responda" para recusar um spam

O texto abaixo é de David Pogue, publicado no blog "Link" do jornal  Estado de S. Paulo do dia 2 deste mês, como indicado pelo link indicado na última linha do primeiro parágrafo.

No caso do chamado lixo eletrônico, toda essa correspondência indesejada, a regra que persiste há 15 anos é: jamais responda. Porque, nesse caso, estará permitindo que aquele que enviou o spam saiba que o seu endereço está “ativo” e você é um imbecil que abre esse tipo de mensagem e a lê. E o que vai conseguir é mais listas de spam. Bom, acho que chegou a hora de reexaminar aquele conselho.

Eu utilizo o Mac e o Windows, embora a minha máquina principal, que carrego para todo lugar, é um laptop Mac. Instalei nele um excelente programa antispam chamado SpamSieve. Depois de ler inúmeras críticas sobre o programa, resolvi fazer uma experiência e concluí que ele é indispensável. Funciona com todos os programas de e-mail do Mac e realiza um trabalho surpreendente de colocar todos os spams de todas as minhas contas numa pasta só para spams. Mas preciso refletir um pouco mais sobre ele. Porque de vez em quando, um ou outro e-mail que não é spam acaba sendo arquivado lá.


Agora, meus endereços de e-mail são bem públicos. Não tenho nenhum endereço particular que uso na internet. (Aliás, é assim que spammers conseguem o seu endereço. Eles rastreiam a internet em busca de endereços de e-mail que as pessoas digitam em formulários online. É por isso que você também dever ter um endereço separado para utilizar somente na sua correspondência particular e nunca, por exemplo, quando faz encomendas de produtos ou alguma assinatura de alguma coisa).

Mas como meus endereços são públicos, acabo sendo adicionado a todas listas de e-mails ou spams existentes. E mesmo com a ajuda do SpamSieve, as coisas acabaram ficando fora do controle – o tempo que gasto para checar a mensagens, a pasta de spams está aumentando a cada ano que passa. Portanto, há alguns meses, decidi fazer uma experiência: violei a antiga regra. Deliberadamente, tentei responder aos spams para cancelar futuros envios. E eis aqui as minhas conclusões.

Em primeiro lugar, uma boa notícia: funcionou. Uma enorme quantidade de spams partiam de companhias “legítimas”. Não acho correto o uso de spams e acho que essas empresas devem se envergonhar. Mas quando digo “legítimas” significa que são companhias reais com websites e nomes e endereços de verdade. E, quase sempre, o link para você cancelar o recebimento, é verdadeiro.

Até agora, a melhor forma de recusar o recebimento de spams é um serviço chamado SafeUnsubscribe. Não sei muito a respeito dele, mas ele é oferecido por uma empresa chamada Constant Contact, que afirma ter 370.000 clientes – ou seja, companhias que pagam para usar o SafeUnsubscribe. Quando você ler SafeUnsubscribe no pé da mensagem, clique ali. Vai entrar numa página que basicamente dirá: “OK. Nós o tiramos de todos os nossos mailings”.

Estas 370.000 companhias, claramente, são as únicas com consciência pesada. “Vamos enviar spams para você, mas céus! Estamos nos sentindo muito mal por isso – de qualquer modo, pelo menos fica mais fácil retirá-lo das nossas listas!”

Gosto do SafeUnsubscribe porque ele (geralmente) sabe, e preenche seu endereço de e-mail. O que realmente me irrita são as outras formas: um spam com um link para cancelar o recebimento no link – e quando você clica ali, entra numa página para rejeitar o recebimento e daí tem que digitar o seu endereço de e-mail! Você conseguiu me enrolar, idiota – já sabe meu endereço!

No caso desses links estúpidos, isso significa que tenho que retornar ao meu programa de e-mail e examinar que endereços foram arquivados como spams, depois voltar à página da internet e inseri-lo. Quando você recebe 30 spams deste tipo, olha, é cansativo.  De qualquer maneira, depois de alguns meses dessa história, estou contente em informar que, pelo menos até onde consigo ver, nenhuma daquelas empresas me contatou novamente. (Observe que estou falando de spams com um link para recusar o recebimento no link. Aqueles spams fazendo propaganda do Viagra ou prometendo melhor desempenho sexual não vão tirá-lo da lista – nem pensam nisso!). No caso de spams de empresas sérias, em outras palavras, é mais fácil se ver livre deles. 

Agora, a má notícia: o problema do spam não é só o volume. Eu ainda sou inundado por spams totalmente irresponsáveis, como:

- Todos os tipos de mensagens em língua russa e asiáticas (Uma dica: caras, vocês estão perdendo o seu tempo).

- As costumeiras fraudes – mensagens falsas de bancos (e eu nem tenho conta bancos bancária), pedindo para eu entrar no sistema para corrigir algum erro).

- Um milhão de e-mails falsos com mensagens como “eu estava na Inglaterra e fui assaltado, amigo! Pode me dar uma ajuda?.

- Variações das antigas mensagens da Nigéria: “Estou de posse de US$ 50 milhões e preciso da sua ajuda para tirar esse dinheiro do país…”

- Convites para o meu produto ser manufaturado por uma empresa na China.

- Muitos spams estranhos onde a mensagem inteira é um link da internet. Será que eles me consideram um babaca?

De qualquer maneira, acho que chegou a hora de rever a antiga regra “Não responda”. Realmente você jamais deve responder a uma mensagem de spam. Nunca clique o “clique aqui” – isso só vai encorajá-los.  Mas a minha experiência (confirmada pelos meus seguidores no Twitter) sugere que clicar no link do serviço Unsubscribe reduz o fluxo de spams, se forem de companhias verdadeiras. E talvez o melhor de tudo, esse serviço lhe dá uma sensação ilusória, fugaz, de que você tem, realmente, uma maneira de contra-atacar.








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