quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Obama muda data de discurso no Congresso dos EUA depois de irritar republicanos

A política americana cada vez mais se aproxima do Rio Grande, fronteira clássica virtual de um cacoete histórico que sempre configurou o sul desse rio como região dominada pelos atrasados da América Latina. As picuínhas entre Obama e republicanos, e entre estes e democratas, além de mostrar o enfraquecimento político de Obama têm evidenciado que a qualidade do debate político americano vem baixando assustadoramente, como demonstra a reportagem abaixo publicada hoje no site do Globo.

O último objeto de disputa entre republicanos e democratas nos EUA foi a atenção dos americanos na noite de 7 de setembro. O presidente Barack Obama irritou os adversários ao escolher a data para divulgar suas novas propostas para a geração de emprego. No mesmo dia, os pré-candidatos republicanos à Presidência vão se reunir em um debate na mesma hora.

Em uma decisão considerada inédita, o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner, rejeitou o pedido de Obama para discursar ao Congresso naquele horário. O presidente democrata transferiu então o seu aguardado pronunciamento para o dia 8. O episódio deflagrou uma nova rodada de conflitos entre Obama e seus adversários no Congresso. A Casa Branca disse que escolha da data prevista para o debate republicano havia sido uma coincidência. Mas, depois de queixas de seu partido, o presidente da Câmara enviou carta a Obama pedindo a alteração. "A Câmara não voltará a se reunir até a quarta-feira 7 de setembro, com votos programados às seis e meia dessa tarde", escreveu o líder da maioria republicana na Câmara, alegando motivos de agenda e de segurança.

"Tendo em conta o espaço de tempo necessário - normalmente, são mais de três horas - requerido para que a equipe de segurança da Câmara se prepare para a visita do presidente, recomendo que agende seu discurso para a noite seguinte para assegurarmos que não haverá impedimentos logísticos ou parlamentares", acrescentou Boehner.

Em carta a líderes parlamentares na quarta, Obama disse que viajando pelos EUA ouviu a mensagem de que "Washington precisa deixar de lado a política e começar a tomar decisões baseadas no que é melhor para o país, e não no que é melhor para cada um dos nossos partidos, a fim de que a economia cresça e empregos sejam criados. É nossa responsabilidade encontrar soluções bipartidárias para ajudar nossa economia a crescer, e, se estamos dispostos a colocar o país à frente dos partidos, estou confiante de que poderemos fazer justamente isso", afirmou Obama na carta. 

O presidente disse que suas propostas incluirão medidas que o Congresso poderá aprovar imediatamente para fortalecer as pequenas empresas e "colocar mais dinheiro nos contracheques da classe média e dos americanos trabalhadores", ao mesmo tempo em que reduziriam o déficit. As medidas devem incluir programas para financiar obras de infraestrutura, para ajudar mutuários em dificuldades, e benefícios tributários para estimular contratações de empregados. O índice de desemprego nos EUA gira em torno de 9%.












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