segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Escola pública ou privada: o confronto na França (3)

Número de alunos: o setor público disparado na frente

Uma rede importante de estabelecimentos no ensino público

A França contava com 8.970 estabelecimentos de ensino privado durante o ano escolar 2010-2011 no primário e no secundário, contra quase 65.500 no setor público -- o setor privado representa, portanto, 13,7% dos estabelecimentos de ensino franceses. No primário, 9,9% das escolas são privadas. No ginasial isso chega a 31,9%. As escolas privadas receberam 2.033.000 alunos, ou 16,9% dos alunos do maternal ao ginásio.

Poucas variações

Embora os números de divisões de alunos entre privados e públicos não sofram diferenças significativas de um ano para outro, algumas pequenas alterações podem no entanto ser observadas. "Este ano, no curso secundário, aumentou ligeiramente o número de alunos inscritos nas escolas privadas",diz o relatório sobre a educação nacional.

As opções: mais escolhas no setor privado?

No início de 2010, os estabelecimentos privados de ensino haviam acolhido 45.294 alunos nas carreiras agrícolas, fora do ciclo superior. O ensino agrícola está bem representado no setor privado francês. O Ministério da Agricultura fornece a cifra de 627 escolas privadas nessa área, contra 217 públicas. Na área privada, os alunos podem encontrar as mesmas opções de ensino existentes na área pública. De fato, as escolas privadas ligadas por contrato ao Estado têm que respeitar os programas de ensino que lhes são determinados -- elas têm portanto que propor um segundo idioma na quarta série, por exemplo.

Entre as escolas privadas sem contrato com o Estado pode-se encontrar também escolas bilingues, ou que proponham abordagens "progressistas" aos métodos (de ensino) diferentes das adotadas no ensino público. Mas, a participação dessas escolas no setor privado permanece minoritária -- no início de 2011, apenas 2,2% dos estabelecimentos privados estavam classificados como "sem contrato".  

Professores: o mesmo nível de formação

Os professores das escolas privadas que têm contrato com o Estado possuem o mesmo nível de formação que seus equivalentes das escolas públicas. Diferem entre si apenas quanto aos estatutos que os regem -- que, no caso privado, são de natureza contratual. No caso dos estabelecimentos privados católicos, eles têm que aderir ao programa de ensino de educação cristão. Quanto aos estabelecimentos privados sem contrato com o Estado, sua liberdade é maior. "O nível de formação dos professores nestes estabelecimentos não é controlado pelo Estado", explica Annick Guillochon, do SNPEFP-CGT, o sindicato do endino privado. "Exceto no caso do ensino técnico e professional, por causa da segurança das máquinas. Neste caso específico, os professores têm que receber uma autorização da autoridade de ensino competente".

Para os professores das escolas privadas sem contrato com o Estado, prevalece a lei do mercado. Falando claramente, esses professores podem ter bom nível de formação, mas isto não é garantido (pelo Estado). Cabe aos pais, portanto, se informar a respeito.

As greves: ocorrem também no setor privado

Aqueles que atuam no ensino privado parecem sempre menos mobilizados ou mobilizáveis que os que trabalham no setor público -- essa é, sempre, a opinião de inúmeros pais de alunos de escolas privadas. Mas, a greve não é um monopólio do setor público. Assim, por exemplo, a Fep-CFDT, principal federação dos professores privados sob contrato, aderiu ao apelo dos sindicatos do ensino público para a greve de 27 de setembro de 2011, cujo objetivo é denunciar a eliminação de postos de trabalho no ensino público.

A mobilização do setor privado pode ter também como causa reivindicações salariais, como na greve de 22 de junho de 2011.

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