quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Técnicas modernas aposentam dissecação em estudo de múmia

Sem recorrer a ferramentas intrusivas, cientistas usaram raios-x e exames de tomografia computadorizada para estudar uma múmia egípcia de 2.000 anos. "É possível obter uma grande quantidade de informações com o uso de imagens médicas, sem danificar artefatos de valor incalculável, diferentemente dos estudos da década de 1960, quando se abriam as múmias", disse Sarah U. Wisseman, especialista em múmias da Universidade de Illinois, em Urbana-Champaign, que lidera a pesquisa juntamente com um patologista, um radiologista e um antropólogo físico.

A múmia de uma criança indica que ela viveu no período greco-romano da história egípcia, entre 332 a.C. e 395 d.C.  Wisseman e seus colegas escanearam a múmia em 1990 --descrevendo-a em seu livro "The Virtual Mummy" (Illinois, 2003)-- e novamente este ano, já que a tecnologia se aperfeiçoou nos últimos anos. O crânio da criança estava rachado. Embora já se soubesse disso pelos exames antigos, novas imagens revelam que a rachadura é muito pior do que se pensava. "Há uma pedaço extra de osso empurrado para dentro da cavidade craniana", afirmou Wisseman. "Ainda não sabemos o que ocorreu antes ou depois da morte." As novas imagens também mostram que provavelmente havia uma mecha de cabelo de um lado da cabeça --algo visto em retratos romanos daquela época. A mecha era um sinal de status e indicava que a criança pertencia a uma família abastada.

Sustentando essa hipótese, os tecidos que envolvem a múmia contêm elementos dourados e pigmento vermelho importado da Espanha.  O sexo da criança ainda é um mistério. A pélvis está danificada e as mãos cobrem a região genital. Wisseman apresentou as descobertas nesta semana, durante um simpósio sobre múmias na universidade.
Múmia originária de Guanajuato, México - Técnicas modernas permitem seu estudo sem dissecá-la.

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