A insônia entre os trabalhadores causa uma perda de produtividade de US$ 63,2 milhões anuais nos Estados Unidos, segundo um estudo publicado
nesta quinta-feira na revista "Sleep".
A falta de sono custa a cada americano uma média de 11,3 dias de
trabalho, ou a perda de US$ 2,28 mil em sua produtividade anual. Em
termos nacionais, a perda é de 252,7 dias e US$ 63,2 milhões, indicou o
estudo.
"Estamos chocados com o enorme efeito que a insônia tem na vida das
pessoas. É um problema subestimado, porque os americanos não estão
faltando ao trabalho, mas rendem menos" devido ao cansaço causado pela
insônia, disse o autor do estudo, Ronald Kessler.
O impacto da insônia na produtividade poderia justificar a criação de
programas para tratá-la dentro das empresas, acrescentou Kessler, porque
como não é considerada uma doença, os empregados tendem a ignorar suas
consequências.
Os resultados foram extraídos de uma mostra de 7.428 trabalhadores para o
Estudo Americano Sobre a Insônia, que descreveu seus hábitos de sono e
seu rendimento profissional, entre outras variáveis. Segundo a pesquisa,
realizada entre 2008 e 2009, 23,2% dos empregados registraram problemas
de insônia.
O sintoma foi maior entre as mulheres (27,1%) do que entre os homens
(19,7%), enquanto os idosos de 65 anos registraram uma menor incidência
do problema que o resto dos trabalhadores (14,3%).
Outro estudo, publicado nesta mesma edição da revista, mostra que os
idosos costumam ter mais disfunções do sono e explica, segundo seus
resultados, que a descoloração da lente ocular pode estar relacionada
com isso. "Há um forte vínculo entre o amarelamento da lente e a idade, o
que pode explicar por que os problemas para dormir são mais frequentes
entre as pessoas mais velhas", disse a autora desse estudo, Line Kessel.
Os pesquisadores examinaram os olhos de 970 voluntários mediante um
método não invasivo para determinar quanta luz azul chega à retina. A
luz azul é uma parte do espectro visível de luz que influi no ciclo
normal de sono para ajudar a liberar no cérebro a melatonina, um
hormônio que regula os ciclos de vigília e sono. "Os resultados mostram que enquanto o amarelamento dos olhos com a idade
tem pouca importância para a função visual, pode ser responsável pela
insônia nas idosos", acrescentou Kessel.
O especialista disse que as operações de cataratas tiveram efeitos
positivos nos distúrbios do sono nos pacientes. Segundo Kessel, ela e
outros pesquisadores estudam um método não invasivo para eliminar a luz
amarela da lente ocular com laser, mas que ainda não está pronto.
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