A Conferência Geral da Unesco aprovou nesta segunda-feira, 31, a admissão da Autoridade Palestina (AP) como membro de pleno direito do órgão. A votação, realizada em Paris, contou 107 votos a favor, 14
contra e 49 abstenções, tendo como resultado a adesão do Estado
palestino à entidade ligada à Organização das Nações Unidas (ONU).
Vários países latino-americanos, entre eles o Brasil, e potências
emergentes, como China e Índia, se posicionaram de forma favorável ao
ingresso do Estado palestino à Unesco - braço da ONU voltado para a
Educação, Ciência e Cultura. Contrários ao ingresso estão nações como
Estados Unidos, Alemanha e Canadá.
A Unesco é a primeira agência da ONU a reconhecer o Estado palestino. Em
setembro, o presidente da AP, Mahmoud Abbas, levou o pedido de adesão
ao secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, que entregou o
documento ao Conselho de Segurança - órgão máximo do organismo
internacional que ainda avalia o processo. O ingresso é uma vitória dos palestinos e pode pressionar os membros do
Conselho de Segurança na decisão sobre o reconhecimento do Estado
palestino, o objetivo maior da empreitada da AP nas Nações Unidas.
Diplomatas palestinos garantem que não deverão limitar à Unesco sua
ofensiva diplomática. Nas próximas semanas, eles prometem solicitar a
adesão palestina a entidades como a Organização Mundial de Propriedade
Intelectual, a Unctad, a Organização da ONU para o Desenvolvimento
Industrial, a Organização Mundial da Saúde e a União Internacional de
Telecomunicações, todas em Genebra, além do Tribunal Penal
Internacional.
Os Estados Unidos, que se opõem abertamente à empreitada, ameaçaram
cortar as doações à Unesco caso o Estado palestino fosse reconhecido.
Washington, membro permanente e com poder de veto no Conselho de
Segurança, promete barrar a adesão. [Os EUA mantêm assim sua coerência esdrúxula, como eternos reféns do lobby judeu em questões de Oriente Médio e, particularmente, da Palestina. O ingresso dos palestinos na Unesco é, a meu ver, um passo correto e justo na caminhada que se afigura árdua até à criação do Estado palestino. Sobre a posição do Conselho de Segurança da ONU em relação a isso, vejam minha postagem recente.]
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