Um cidadão francês apresentou em Paris um requerimento para exigir que o Facebook se pronuncie sobre o fechamento de sua página na rede social, ocorrido após a publicação de uma imagem de nu artístico. A popular rede social fechou sem aviso prévio, no último dia 27 de
fevereiro, o perfil que continha uma fotografia do famoso quadro do
pintor francês Gustave Courbet, A Origem do Mundo, que reproduz o órgão sexual de uma mulher com as pernas abertas.
Na época, o advogado do francês, Stéphane Cottineau, exigiu da empresa
americana que reativasse a conta fechada e indenizasse seu cliente pelos
danos sofridos. Porém, os responsáveis pela rede social – que conta com
800 milhões de usuários no mundo – não teriam se pronunciado. Cottineau acrescentou que o fechamento da conta de Facebook aconteceu na
véspera do aniversário de seu cliente, o que o privou da
possibilidade de ser felicitado por aproximadamente 800 amigos.
No entanto, o advogado acredita que o processo vai além dos prejuízos
causados a seu cliente, uma vez que acusou o Facebook de atentar contra a
liberdade de expressão e lamentou que a empresa criada por Mark
Zuckerberg “não distinga pornografia e uma obra de arte".
O advogado qualificou de “censura cega” a atitude da rede social, ao
mesmo tempo em que reprovou o fato de seus responsáveis não terem
respondido as queixas enviadas por seu cliente, que é professor e pai de
três crianças. Apesar de o advogado se mostrar confiante no reconhecimento do direito
de seu cliente comparecer à justiça francesa, o contrato que o Facebook
estabelece com seus usuários está registrado em um tribunal de Santa
Clara, na Califórnia. Trata-se de um processo que pode se estender por “pelo menos um ano”, e
no qual Cottineau pediu 20 mil euros (cerca de R$ 52 mil) de indenização
para seu cliente.
Não é a primeira vez que o Facebook enfrenta problemas com o quadro A Origem do Mundo, que já levou a rede social a fechar uma conta do artista dinamarquês Frode Steinicke.
O Facebook pretende assim se transformar em “um lugar virtual seguro
para os visitantes, inclusive as numerosas crianças que o utilizam”,
declarou então a rede social, que reabriu a página de Steinicke, mas já
sem o polêmico quadro.
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