Hoje, o comissário europeu para Competição, o espanhol Joaquín Almunia, observou que as decisões da Autoridade Bancária Europeia (EBA, em inglês) sobre os novos requisitos de capitalização do setor na Europa "não vão contra ninguém", senão "a favor de todos os bancos".
O setor financeiro espanhol criticou o fato da EBA não permitir a contabilização das provisões genéricas e dos bônus conversíveis. Mas Almunia chamou a atenção sobre como as entidades espanholas "dizem que não vão ter problemas para cumprir", ainda que, ao mesmo tempo, apresentem suas queixas. "Tendo a acreditar mais nas entidades que dizem que vão cumprir com as exigências, do que nesses dirigentes que dizem coisas como que a Espanha perdeu a batalha de Trafalgar", disse ele com ironia em seu discurso no VII Congresso de Dirigentes, organizado em Bilbao pela Confederação Espanhola de Dirigentes Executivos (CEDE). "Não perdemos nada, todos ganhamos com o acordo", enfatizou.
Ainda assim, manifestou seu desejo de que os novos critérios de capitalização exigidos pela EBA sejam transitórios e que se retorne ao estipulado em Basileia III.
Amunia considerou o acordo desta semana em Bruxelas um "ponto de inflexão", não um "ponto final", já que "o próprio acordo diz que ainda faltam decisões, para uma maior governança [econômica europeia] e apoio político ao euro". Na realidade, o comissário europeu advertiu que "se levarão anos para colocar todas as economias em situação de estabilidade de dívida pública".
"A melhor saída para esta crise é seguir avançando na integração europeia", disse ele, uma ideia que vem sendo repetida na política europeia desde que começou a crise do euro, mas sem trazer a reboque decisões de fundo. "O euro é uma decisão política", reforçou Almunia. Para ele, a Europa deve acelerar sua tomada de decisões para se adaptar ao ritmo do mercado.
Joaquín Almunia, vice-presidente da Comissão Europeia e seu comissário para Competição (Foto: Comissão Europeia).
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