Segundo a lista divulgada em vários sites do mundo árabe, um dos 447 nomes de presos a serem libertados por Israel é o de Tawfic Abdallah, marido da brasileira Lamia Maruf, deportada ao Brasil em 1997 após 11 anos presa em Israel. Abdallah e Lamia haviam sido condenados à prisão perpétua pela acusação de assassinar o soldado israelense David Manos em 1984.
Outro nome que consta da lista é o de Husam Badran, também condenado à prisão perpétua pelo planejamento do atentado suicida em uma pizzaria de Jerusalém, em 2001, que matou o brasileiro Giora Balazs e outras 14 pessoas.
O soldado Gilad Shalit foi capturado pelo Hamas, grupo palestino que controla a Faixa de Gaza, quando participava de uma patrulha em território israelense, perto da fronteira, em junho de 2006. Desde então, é mantido em poder do grupo, supostamente em algum lugar da Faixa de Gaza. Segundo o acordo anunciado no último fim de semana entre Israel e o Hamas Israel libertará os prisioneiros da lista apresentada pelo grupo palestino e outros 550 escolhidos pelas autoridades israelenses em troca da libertação de Shalit.
A lista divulgada pelo Hamas inclui 27 mulheres e 279 condenados à prisão perpétua pela morte de israelenses. A Autoridade Penitenciária de Israel deverá fazer uma publicação oficial da lista no próximo domingo, em seu site na internet.
Um dos presos que poderá ser trocado por Shalit, Tawfic Abdallah, foi preso com a mulher, a brasileira Lamia Maruf, em 1986, dois anos depois do assassinato do soldado israelense David Manos. A pista que levou as forças de segurança israelenses a prenderem o casal foi o fato de que o carro utilizado para o sequestro do soldado foi alugado com o passaporte brasileiro de Lamia. Os restos mortais do soldado foram encontrados em 1986, em uma caverna próxima à aldeia de Dir Balut, onde o casal morava, no norte da Cisjordânia. De acordo com a acusação, Lamia estava dirigindo o carro, quando o soldado Manos, que estava pedindo carona, foi sequestrado. Embora tenha afirmado não ter envolvimento no assassinato, Lamia também foi condenada à prisão perpétua, da qual cumpriu 11 anos, até ser libertada em fevereiro de 1997, quando o então premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, assinou o acordo de Hebron com o lider palestino Yasser Arafat.
Uma das cláusulas do acordo foi a libertação de todas as prisioneiras palestinas que estavam detidas naquela época em cadeias israelenses. Lamia foi solta, juntamente com outras 25 prisioneiras, porém foi imediatamente deportada para o Brasil, onde se reuniu com sua filha, Patricia.
De acordo com leis de Israel, após a publicação oficial da lista de prisioneiros a serem libertados, no domingo, os cidadãos israelenses que quiserem protestar contra a libertação de prisioneiros específicos terão 48 horas para apresentar recursos perante a Suprema Corte de Justiça. Segundo os precedentes, geralmente a Corte decide não interferir nas decisões politicas do governo. Alguns parentes de vitimas de atentados declararam que pretendem protestar contra a libertação dos responsáveis.
De acordo com a imprensa local, centenas de civis israelenses foram mortos em atentados cometidos pelos prisioneiros que serão libertados.
Parentes de vítimas de atentados pretendem protestar contra o acordo para a libertação de Shalit (Foto: Getty).
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