O estopim dos protestos foi o caso de Naama Margolis, uma menina de 8 anos que vem sofrendo agressões por parte de ultraortodoxos no caminho para a escola. Margolis, que pertence a uma família religiosa moderada, diz ter medo de percorrer os 300 metros que separam sua casa da escola, por ser frequentemente agredida por grupos de ultraortodoxos que a acusam de se vestir de maneira "indecente". Os supostos agressores já teriam xingado a menina de "prostituta", cuspido e a empurrado. A mãe de Naama diz que o trauma causado foi tão profundo que a garota treme quando tem de ir para a escola. [Isso é inacreditável e inadmissível!]
A história da menina, divulgada na última sexta feira pelo canal 2 da TV israelense, causou indignação geral no país, trazendo à tona um problema que se alastra por várias cidades de Israel, em regiões nas quais há grandes concentrações de judeus ultraortodoxos.
Nesta terça-feira, os manifestantes ergueram cartazes com os dizeres "Beit Shemesh não será Teerã", e pediram que as autoridades do país mudem a atitude em relação à segregação das mulheres, passando a tratar o fenômeno como crime. Em Beit Shemesh, assim como em Jerusalém, Bnei Brak, Tzfat e Elad, há calçadas separadas para mulheres, linhas de ônibus nas quais as mulheres devem sentar-se atrás dos homens e filas separadas em bancos e clinicas médicas.
A segregação é praticada há anos e conta com a aquiescência do governo. O Ministério dos Transportes permite a existência das linhas de ônibus nas quais é praticada a segregação e as prefeituras, subordinadas ao Ministério do Interior, autorizam placas nas ruas que guiam as mulheres para uma calçada e os homens para outra. No entanto, a história de Naama sensibilizou a opinião pública e o fenômeno da segregação, que já existe há anos, começou a ser contestado com mais veemência. A repercussão do caso incentivou várias outras famílias, de outras cidades, a revelar agressões semelhantes.
Os ultraortodoxos são cerca de 12% da população judaica de Israel, mas possuem grande representação política, pois os partidos que os representam fazem parte da coalizão governamental. O ministro do Interior, Eli Ishai, do partido ultraortodoxo Shas, condenou a violência contra as mulheres em Beit Shemesh. "Esse comportamento contradiz os valores da Torá (leis religiosas judaicas) e da tradição, os responsáveis pertencem a uma pequena minoria de provocadores", afirmou o ministro, ao qual o prefeito de Beit Shemesh, Moshe Abutbul - também pertencente ao partido Shas - é subordinado.
O primeiro ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmou que a segregação das mulheres é um fenômeno "negativo que contradiz os valores democráticos que caracterizam o Estado de Israel". O presidente Shimon Peres também condenou a segregação e declarou que "ninguém tem o direito de ameaçar qualquer menina ou mulher adulta, eles (os ultraortodoxos) não são os donos do país".
Um judeu ultraortodoxo discute com outro cidadão, durante um protesto na cidade de Beit Shemesh - (Foto: Stringer/Reuters).
já pensaram que se jesus descesse à terra, que nojo ele teria dessa barbaridade e de outras que são feitas em "nome do pai?"
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