Não são só os atletas de fim de semana que correm risco com atividades
físicas. Um estudo sueco mostrou que esportistas profissionais,
praticantes de modalidades como futebol e rúgbi, têm mais risco de desenvolver osteoartrite nos joelhos e quadris do que homens que fazem pouco ou nenhum exercício. O trabalho mostrou risco duas vezes maior em jogadores de futebol ou
handebol, e três vezes maior em jogadores de hóquei. O estudo foi
publicado no "American Journal of Sports Medicine".
O estudo foi feito com mais de 700 atletas aposentados, com idades entre
50 anos e 93 anos e quase 1.400 homens da mesma idade que se
exercitaram pouco ou nada.
A osteoartrite ocorre quando há um desgaste excessivo da cartilagem que
amortece as articulações. Nesse caso, os ossos acabam raspando um no
outro, causando dor.
Segundo o fisiologista do esporte do Hospital do Coração, Diego Leite de
Barros, lesões ósseas e musculares fazem parte da rotina de quem
escolheu essa profissão.
"Esporte de rendimento não é uma atividade física saudável. Os atletas
abrem mão de parte de sua saúde em busca de performance", diz.
Barros aponta que o principal fator para a ocorrência de lesões, seja em
profissionais, seja em amadores, são altas cargas de treinamento em
curto período de tempo.
Com o esforço excessivo, não há tempo para o corpo usar seus mecanismos
de recuperação. O principal deles é o próprio músculo, que protege ossos
e articulações, desde que seja exercitado da maneira correta.
Apesar de o estudo sueco ter sido focado nos homens, esportes de impacto
podem ser perigosos para ambos os sexos. Segundo um levantamento feito
pelo Instituto do Joelho do HCor em outubro, em 2011 foi observada uma
alta de 20% no número de mulheres atendidas com lesões nessa articulação
na comparação com 2010.
A elevação é atribuída à tendência atual das mulheres de praticarem
esportes de impacto como futebol e corrida de aventura, antes redutos
masculinos.
Com relação ao coração e ao pulmão, Barros diz que o maior risco é para
quem começa a fazer atividade física sem passar por um check-up.
"O esforço pode desencadear um problema cardíaco já presente. Não são
raros os casos de infarto em quem começa um esporte sem acompanhamento.
Mas, se existe o aval do cardiologista, não há com o que se preocupar".
Em atletas, o efeito no coração é a longo prazo. Ao longo dos anos, a
tendência é que o órgão aumente de tamanho, o que pode levar a
insuficiência cardíaca em alguns casos. Isso ocorre com maratonistas,
segundo outro estudo recente.
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