A Unica (União da Indústria da Cana-de-açúcar) divulgou nota nesta
sexta-feira informando a abertura do mercado norte-americano para o álcool brasileiro a partir do próximo mês.
"A legislação americana vigente, que inclui altos subsídios para a
indústria do etanol e uma pesada tarifa contra o produto importado,
expira no dia 31 de dezembro. Mas, com o fim das atividades no Congresso
americano para 2011 nesta sexta-feira, não haverá mais oportunidade
para qualquer medida que impeça a abertura para o etanol brasileiro, a
partir do primeiro dia de 2012, do maior mercado consumidor de
combustíveis do mundo".
Os subsídios pagos às distribuidoras que fazem a mistura de etanol à
gasolina, que custam cerca de US$ 6 bilhões por ano, e a tarifa de US$
0,54 sobre cada galão importado para o país impediam que o etanol
brasileiro chegasse ao mercado dos Estados Unidos com preços
competitivos.
O presidente da Unica, Marcos Jank, prevê que agora o caminho está
aberto para que as várias matérias primas utilizadas para produzir
etanol --como milho, beterraba e cana-- sejam avaliadas exclusivamente
com base nas características para produzir biocombustíveis
eficientemente.
"O que conta é o baixo uso de energia fóssil para produzir a mais
elevada quantidade de energia renovável possível, algo que a cana faz
melhor do que qualquer outra matéria prima. E na atual conjuntura global
vale muito a redução de emissões de gases que causam o aquecimento
global" afirmou.
Jank disse ainda que "hoje a prioridade é atender o mercado doméstico".
"Mas, com o fim da tarifa americana, é possível visualizar a
consolidação do etanol como commodity internacional, como já acontece
com o açúcar" completou.
[É aí que mora o perigo. A chance da produção brasileira ser deslocada em grande escala para os EUA, em detrimento do mercado brasileiro, é enorme. Quem tem carro a álcool ou flex é bom ficar de dedos cruzados e rezar uma novenazinha de vez em quando (ou apelar para os santos de sua crença). Vejam postagem anterior sobre o nosso etanol.]
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