Desde que assumiu o governo há aproximadamente três anos atrás, a administração [Obama] restringiu a liberação de rejeitos de mineração de carvão em cursos d'água, e impôs novos controles de poluição em usinas térmicas a carvão. Mas, quanto à questão fundamental, se o governo deveria interromper o leasing federal [na venda de carvão], a resposta é: ainda não.
Em vez disso, o governo federal está analisando o impacto ambiental da extração de carvão de terras públicas, atraindo fogo de ambos os lados. Ambientalistas dizem que essa ação não vai suficientemente longe, enquanto líderes industriais questionam por que efetuar essa análise, na ausência de uma lei federal sobre emissão de gases de efeito estufa.
"Em algum nível, os objetivos duplos de aumentar a produção de combustível fóssil e reduzir as emissões de gases de efeito estufa nos EUA são conflitantes, pelo menos sem umteto nacional para as emissões", disse Paul Bledsoe, que foi assistente especial no Departamento do Interior na administração Clinton. "Essa contradição fundamental na atual política de energia dos EUA está se verificando no oleoduto Keystone, na nossa política de terras públicas, e ao longo de nossa política de economia energética", disse ele.
O vice-secretário do Interior, David J. Hayes, disse que a agência "está comprometida em avaliar as emissões de gases de efeito estufa, entre os fatores muito importantes examinados quando consideramos se a venda de carvão por leasing [federal] faz ou não sentido para o meio ambiente, para a economia, e para a segurança energética dos EUA".
Mesmo acrecentando um exame minucioso no leasing e pressionando para o desenvolvimento de alternativas de fontes renováveis, acrescentou Hayes, o Departamento do Interior não buscou encerrar completamente a produção de carvão. "O carvão fornece hoje quase a metade da energia dos EUA, e 40% do carvão usado nesse mix vêm de terras públicas -- da nossa terra", ele disse. "É uma parte importante do nosso mix de energia. A receita que vem daí é significativa".
A produção geral de carvão nos EUA decresceu levemente desde 2008, e os leasings federais de carvão caíram mais acentuadamente.
O centro de gravidade da produção de carvão nos EUA se deslocou nas últimas décadas, por razões tanto econômicas quanto ambientais, movendo-se dos Apalaches para a bacia do rio Powder em Wyoming e Montana.
O Departamento do Interior preparou documentos, obtidos pelo The Washington Post, que planejadores do Birô de Gestão de Terras (BLM, em inglês) utilizam para prover os escritórios de campo com diretrizes sobre como efetuar uma análise de gases de efeito estufa de leasings de carvão. Eles incluem frases tais como "o aumento de concentração de gases de efeito estufa provavelmente acelerará a taxa de mudança climática", e "várias atividades contribuem para o fenômeno de mudança climática, incluindo as emissões de gases de efeito estufa (especialmente dióxido de carbono e metano) da produção de combustível fóssil".
O centro de gravidade da produção de carvão nos EUA deslocou-se dos Apalaches para a bacia do rio Powder em Wyoming (foto acima) e Montana -- (Foto: The Washington Post).
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